quinta-feira, 29 de setembro de 2011

DOS ETERNOS DECRETOS - QUARTA PARTE

IGREJA PRESBITERIANA EM SÃO RAIMUNDO NONATO - PI
ESTUDOS NA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER.
CAPÍTULO III – DOS ETERNOS DECRETOS DE DEUS

Prof. Rev.João Ricardo Ferreira de França.

  V. Segundo o seu eterno e imutável propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da sua vontade, Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça, ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa.

Ref.  Ef.  1:4, 9, 11; Rom. 8:30; II Tim. 1:9; I Tess, 5:9; Rom. 9:11-16; Ef. 1: 19: e 2:8-9.

Introdução:

          Temos estudado até aqui que Deus tem decretado tudo o quanto acontece neste mundo que nos cerca, mundo no qual somos inseridos como homens e mulheres que vivem para a glória de Deus.
          A grande questão que esta seção procura responder é a seguinte: Onde se fundamenta a predestinação? Qual é a base da predestinação e da eleição dos crentes?

I – CRISTO O FUNDAMENTO DA ELEIÇÃO DIVINA.

          A nossa Confissão declara de modo claro que Deus nos “escolheu em Cristo...”; ou seja, Cristo Jesus é o fundamento e a base de nossa escolha, não existe nada deste mundo ou do outro que possa arrogar-se que a escolha se dar por outro caminho senão cristo.
          Não se pode basear essa escolha nas obras que os homens praticam, pois, isso seria contrário as Escrituras; não existe outra eleição – somente em cristo. É exatamente isso que vemos em Efésios 1.4,9,11) Cristo  é a  razão de existência do eleitos de Deus. Nós percebemos pela forte ênfase que o texto de Efésios faz em relação à eleição dos eleitos de Deus:
a) Escolhidos nele (vs.4)
b) seu benplácito colocado em cristo (vs.9)
c) nele fomos feitos herança (vs.11)
II – O DESTINO DOS ELEITOS.
          A Confissão de Fé declara-nos o destino dos eleitos de Deus mediante essa escolha em Cristo, aqui se nos diz que os eleitos são escolhidos “para a glória eterna”. O destino destes homens predestinados para vida é a eternidade com Deus e com o seu cristo. O viver cristão é pautado sob esta linha singular – Deus predestinou os homens que são objetos de seu amor para viverem eternamente diante de sua glória.
          É precisamente isto que nós aprendemos da palavra de Deus. A ordem de salvação (ordo salutis) apresentada em Romanos 8.30 nos indica exatamente esta perspectiva, e notemos aqui que todos os verbos estão no passado:
1) fomos predestinados.
2) chamados
3) Justificados
4) Glorificados
          A tensão existente em nossas vidas é o que chamamos de Já-e-ainda não; ou seja, da perspectiva da eleição divina já estamos glorificados (morando com Deus nas regiões celestiais em Cristo), todavia, da perspectiva nossa ainda não estamos glorificados.
III – A ESCOLHA DE DEUS É LIVRE E SOBERANA.
          Precisamos compreender que a eleição de Deus visa o “louvor de sua gloriosa graça”, todavia, essa eleição, esta escolha é livre e soberana, ou seja, Deus não nos escolheu porque viu em nós alguma atitude positiva, algum esforço, alguma obra, nada em nós e nada de nós. Ele simplesmente nos chamou com uma vocação eficaz, ele soberanamente decidiu nos amar – apesar de nós! – e assim sua escolha sendo livre é soberana, porque ele não precisou de nossa permissão para nos amar, para nos salvar. É exatamente isso declara a Palavra de Deus em 2 Timóteo 1.9:
que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos,” notemos as ações soberanas de Deus:
1) nos salvou – somos passivos e não ativos na salvação.
2) nos chamou com santa vocação – somos passivos a este chamado que é provocado pelo Espírito Santo.
3) Não existe nenhum esforço ou participação de nossa parte “não segundo as nossas obras”
5) Deus é livre em nossa salvação, pois, ele fez tudo isso segundo “sua própria determinação (vontade)
6) Toda a nossa salvação é fruto da graça “que nos foi dada em Cristo Jesus”
7) Esta obra foi planejada “antes dos tempos eternos” – antes da própria eternidade.

IV – ELEIÇÃO E PRESCIÊNCIA.

          A nossa Confissão de Fé nos lembra que essa escolha de Deus manifesta-se “não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa.
          Deus não escolheu os eleitos levando em consideração coisas como a “fé”, visto ser ela um dom da graça (Efésios 2.8) e nem de obras que praticamos; pois, não podemos nos gloriar diante de Deus (Efésios 2.9) e ainda, as boas obras que praticamos são frutos da predestinação de Deus (Efésios 2.10).
          Podemos ainda dizer que nada na criatura humana moveu o coração de Deus para salvá-lo, Deus não previu alguma resposta do homem para poder escolhe-lo, um exemplo claro na palavra de Deus está em Romanos 9.11-16.
1) os gêmeos não eram nascidos: ou seja, não existiam ainda quanto a formação de uma identidade humana.
2) Não tinha feito o bem ou mal: isso significa que não houve uma ação boa de alguma parte para haver a escolha.
3) o propósito da eleição estabelecido: não deveria ser por obras pela graça soberana de Deus que deveria haver a escolha.
4) Deus tem misericórdia de quem quiser e endurece a quem lhe apraz: isso aponta para a soberania de Deus em tudo o que faz.
5) Não depende do esforço ou do querer do homem, mas de Deus se compadecer.
          Então, toda a escolha de Deus fundamenta-se em uma única verdade: Sua soberana vontade em escolher os pecadores para serem salvos e outros são destinados a ira, porque seu beneplácito assim o deseja e o faz.=

DOS ETERNOS DECRETOS - TERCEIRA PARTE

IGREJA PRESBITERIANA EM SÃO RAIMUNDO NONATO
ESTUDOS NA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER
CAPÍTULO 3: DOS ETERNOS DECRETOS DE DEUS.
Prof. Rev.João Ricardo Ferreira de França.
SEÇÃO III & IV: Pelo decreto de Deus e para manifestação da sua glória, alguns homens e alguns anjos são predestinados para a vida eterna e outros preordenados para a morte eterna.
Ref. I Tim.5:21; Mar. 5:38; Jud. 6; Mat. 25:31, 41; Prov. 16:4; Rom. 9:22-23; Ef.  1:5-6.
Esses homens e esses anjos, assim predestinados e preordenados, são particular e imutavelmente designados; o seu número é tão certo e definido, que não pode ser nem aumentado nem diminuído.
Ref. João 10: 14-16, 27-28; 13:18; II Tim. 2:19.
Introdução: Bem chegamos à doutrina que este capítulo nos tem reservado. A doutrina que muitos tem rejeitado e não tem compreendido bem, no que respeita a soberania de Deus na salvação dos pecadores. Algumas verdades nós aprendemos aqui nestas seções da Confissão de Fé de Westminster.
I – O ALVO DA PREDESTINAÇÃO.
         Qual é o objetivo da predestinação? A resposta que se daria a esta pergunta seria: escolher alguns e rejeitar a outros. Todavia, ainda que seja uma resposta verdadeira, não expressa toda a verdade sobre esta questão.
         A nossa Confissão de Fé afirma que o alvo dos decretos de Deus – especialmente a predestinação – é a glória do soberano de todas as coisas. O alvo de tudo o que Deus realiza, e planeja na história é para manifestar a sua glória neste mundo!
         Exaltar a majestade e a soberania de Deus tem sido o objetivo do seu decreto – Romanos 11.33-36. A riqueza da sabedoria de Deus, pois, os seus planos são insondáveis, sua mente não pode ser perscrutada pelo simples mortal, ele continua sendo Deus -  nós mero homens, que simplesmente viemos a este mundo para manifestar a Sua glória em nós e apensar de nós! A implicação disso tudo é que nada que a finalidade suprema de tudo o que existe é a glória de seu criador – Deus.
II – A DUPLA PREDESTINAÇÃO.
         O segundo aspecto que aprendemos na Confissão de Fé é que essa predestinação é dupla. O que isso significa? Bem, para alguns Deus só predestina para a vida – e nunca para a morte – todavia, lendo a Bíblia os Puritanos ( e nós também) perceberam que a Escritura Sagrada apresenta a predestinação com duas facetas  - Eleição e reprovação.
         Como é isso? Imagine uma moeda de duas faces (cara e coroa) a moeda seria a predestinação e as duas faces duas ações:








         A dupla predestinação abarca os seres morais criados por Deus  a confissão de fé nos declara que existem:
a) Anjos eleitos (2 Timóteo 5.21)           
b) Anjos reprovados (Judas 6)
c) Homens eleitos (Romanos 9.23; Efésios 1.3-5)
d) Homens reprovados (Romanos 9.22)
III – A PREDESTINAÇÃO É IMUTÁVEL.
         Na seção de número 4 a Confissão de Fé reconhece que a predestinação é imutável. Ou seja, a soma total dos eleitos e dos reprovados não pode ser alterada. O número é tão certo e definido que não pode ser aumentado e nem diminuído. Tantos os eleitos como os reprovados não podem ser a soma total alterada em sentido algum.
1)   Os eleitos são conhecidos e protegidos pelo Pai e pelo filho (Jo. 14-16, 27-28).
2)   Os reprovados não possuem o selo de que são do Pai (2 Timóteo 2.19).

domingo, 25 de setembro de 2011

DOS ETERNOS DECRETOS - SEGUNDA PARTE

IGREJA PRESBITERIANA EM SÃO RAIMUNDO NONATO – PI.
ESTUDOS NA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER.
CAPÍTULO III - DOS ETERNOS DECRETOS DE DEUS
Prof.  Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Seção II: “Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições.”
Ref.  At.  15:18; Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-18.
Introdução: A doutrina dos decretos eternos precisa ser ensinada, apoiada e estabelecida em nossos dias, pois esta verdade da palavra de Deus nos ensina a confiar apenas nas verdades claras do evangelho de Jesus Cristo.
         Aqui em nossa seção temos a relação entre a presciência de Deus e o decreto. Quem vem primeiro? O decreto é baseado na presciência, ou será que a presciência está baseada  no decreto? A primeira questão fundamenta-se no pressuposto do arminianismo, aquele ensino que dá ao homem a ideia utópica do Livre-arbítrio; enquanto que na segunda questão se insere o pressuposto básico do calvinismo, que consiste no sistema de doutrina e vida onde Deus é unicamente soberano em cada faceta de nossas vidas – nós responsáveis diante dele – isso implica que Deus é que m determina tudo quanto ao futuro do homem. Qual dos dois sistemas tem apoio na Bíblia? Para termos uma resposta satisfatória a essa problemática, precisamos considerar a seção que temos diante de nós: que esta seção nos ensina?
1. A doutrina da Onisciência de Deus em todo campo da criação.
2. Ensina que a presciência não  consiste na base do decreto de Deus, mas o contrário é verdadeiro.
3. Que o determinismo fatalista é falso; e que apenas o determinismo bíblico é a razão do decreto.
Vejamos:


I – A DOUTRINA DA ONSICIENCIA DE DEUS.
         A nossa confissão de Fé declara que embora Deus sabe tudo quanto podo ou há de acontecer” – aqui se reconhece que o Deus revelado nas Escrituras é plenamente sabedor de todas as coisas que acontecem ou podem acontecer em “todas as circunstâncias imagináveis”. O conhecimento de Deus é exaustivo, ele conhece tudo desde o sol (um estrela de quinta grandeza) até cada átomo e partícula de hidrogênio que está nosso corpo.
         Essa certeza nos faz negar o teísmo aberto (o enisino de que Deus não sabe o futuro, e que aprende com o homem), pois, a Escritura nos diz que Deus nos conhece desde o ventre de nossa mãe (Salmo 139.2-4)
         Todos os nossos dias estão em suas mãos e já haviam sido predeterminados por Deus (Salmo 139.14-16); ele conhece o nosso caminho (Jó 23.10). Então, a primeira verdade a ser aprendida aqui na Confissão de Fé é que Deus conhece todas as coisas.
         Esse atributo os homens temem em Deus porque fala-nos que Deus está perscrutando a terra com seu olhar de fogo consumidor
“Atos 15:18  diz o Senhor, que faz estas coisas conhecidas desde séculos.” Deus conhece tudo a respeito do mundo que ele criou e trouxe à existência. Precisamos resgatar o conceito do atributo de onisciência de Deus neste mundo.
II – O DECRETO DE DEUS É A BASE DA PRESCIÊNCIA.
         A nossa confissão de Fé diz que Deus não “decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura” - a doutrina da presciência fundamenta-se no decreto de Deus. E não no pré-conhecimento que Deus tem. No Antigo Testamento essa palavra não a parece! Ela não corre em passagem alguma das Santas Escrituras do Velho Testamento. A palavra que temos lá é a palavra “conhecer”, todavia, não é um mero conhecimento, implica no um conhecimento afetivo onde envolve cadência e “amor” conhecer de modo particular. (Jeremias 1.15) - e essa a primeira leitura que devemos fazer com respeito à palavra conhecer.
         No Novo Testamento essa palavra é empregada como o mesmo sentido “conhecer íntima e pessoalmente com amor” é exatamente isso que Cristo declara em João 10.14. Esse é o conhecimento real que se está vinculado à ação redentiva, salvadora e liberadora de Deus como fruto do seu decreto. E a palavra conhecer em algumas passagens significa conhecer apenas ações e eventos, todavia, a palavra Presciência (1 Pedro 1.1-2) nuca carrega esse sentido.
         Arthur W. Pink declara:
 O fato é que "presciência" nunca é empregada nas Escrituras em relação a eventos ou ações; em lugar disso, sempre se refere a pessoas. Pessoas é que Deus declara que "de antemão conhe­ceu" (pré-conheceu), não as ações dessas pessoas. Para provar isto, citaremos agora cada uma das passagens em que se acha esta expressão ou sua equivalente. (PINK, 1985, p. 47)
         Várias passagens nos indicam isso, ou seja, que a presciência é resultado do decreto de Deus, onde ele conhece pessoas e não as ações delas. Como vemos em Atos 2.23; Romanos 8. 29-30. Nada ocorre sem que Deus tem primeiramente decretado, e assim, ele conhece as personagens envolvidos na realização do seu decreto.
         Temos dito que a presciência não é a base do decreto, ou seja, a Bíblia não ensina que Deus previu alguma coisas como certa, e, então com base nesse conhecimento ele decidiu agir. Deus não depende da previsão do futuro para agir – porque não é isso que determina a sua vontade revelada no decreto. Um exemplo claro é Mateus 11.21-22 – Note, Deus havia previsto arrependimento e fé para Sodoma e Gomorra, no entanto, isso já mais ocorreu; e, por quê? Deus não o havia ordenado em seu decreto. Um outro exemplo é o de 1 Samuel 23.11-12; Deus previu que os inimigos de Davi poderiam prendê-lo se ele ficasse ali, e por que não aconteceu? Porque Deus não havia decretado isso.
III – O DETERMINISMO FATALISTA É FALSO: DEUS DETERMINA TODAS AS COISAS.
         O determinismo fatalista diz que todas as coisas “acontecem porque tem que acontecer”, ou na linguagem da confissão “como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições”, não existe uma mente controladora por trás das ações e dos eventos. A sorte é fruto do mero acaso. Esta concepção também é equivocada. Nada acontece porque tem que acontecer sem uma mão predeterminadora.
         Existe um determinismo bíblico – Deus determina todas as coisas que vai acontece, inclusive as questões que chamamos de sorte (Provérbios 16.33). O destino dos homens, são controlados e determinados pela soberania de Deus – Romanos 9.11-18, nada ocorre ao acaso e sem  poderosa mão de Deus. Amém!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

DOS DECRETOS ETERNOS - PRIMEIRA PARTE

IGREJA PRESBITERIANA EM SÃO RAIMUNDO NONATO
ESTUDOS NA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER
CAPÍTULO 3 - DOS ETERNOS DECRETOS DE DEUS.
Prof. Rev. João Ricardo Ferreira de França.
I. Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas.
Ref. Isa. 45:6-7; Rom. 11:33; Heb. 6:17; Sal.5:4; Tiago 1:13-17; I João 1:5; Mat. 17:2; João 19:11; At.2:23; At. 4:27-28 e 27:23, 24, 34.
Introdução:
         Chegamos a mais um capítulo de nossa Confissão de Fé de Westminster. Aqui nos seremos desafiados pelo conceito fundamental da soberania de Deus, conceito este que está longe dos púlpitos da atualidade. A doutrina enunciada aqui nesta seção é umas das verdades que mais traz consolo ao coração da Igreja de Cristo.
         A nossa aula hoje abordará a questão dos eternos decretos de Deus. Um assunto que demanda de nós uma atenção singular para o nosso crescimento de nossa vida cristã - esta é uma doutrina cardinal da Igreja de Cristo.
         O que nos ensina esta seção de nossa Confissão de Fé de Westminster? Que verdades bíblicas nós podemos extrair daqui para as nossas vidas?
I - A ETERNIDADE DO DECRETO.
         A nossa confissão de fé respaldada pela Bíblia nos ensina que o Decreto de Deus é eterno. Isto porque Deus é eterno. É isso que nos ensina a Palavra revelada em Isaías 45.6 e Romanos 11.33.
         O criador de todas as coisas não dependeu de ninguém para ser o que ele é, não houve ninguém que o trouxesse à existência, pois, ele é Deus eterno, e na eternidade idealizou, planejou e arquitetou o seu decreto sobre a sua criação.

II - AS CARACTERISTICAS DO DECRETO DE DEUS.
         Que características possuem o decreto de Deus? Esta é a próxima pergunta que devemos fazer ao lermos esta declaração que temos diante de nós. Isto é importante porque sem as características dos decretos não poderíamos conhecer o propósito e o alvo do decreto. Notemos o que diz a declaração de fé da Igreja:
1. É um decreto "sábio": Sabedoria é um atributo que cabe muito bem em Deus. Os decretos de Deus "são chamados de 'seus conselhos' para significar que são consumadamente sábios" (PINK, 1997, p.15). Deus planejou toda a história humana de forma sábia onde ele será glorificado. (Romanos 11.33)
2. É um decreto "Santo": A confissão de fé, com base na Palavra de Deus, declara que todos os intentos de Deus são santos - isto porque tanto a sabedoria e a santidade do decreto estão vinculados a vontade do Criador de todas as coisas. (Efésios 1.11)
3. É um decreto livre: Isto quer dizer que Deus não foi constrangido a fazer nada do que fez por alguma razão fora dele mesmo. Deus, e somente Deus é livre neste mundo. Ele faz as coisas porque ele assim deseja, ele assim o quer, ele é soberano, então, a primeira implicação da doutrina dos decretos é que Deus é plenamente soberano e livre; ele faz tudo sem consultar o homem pecador (Romanos 11.34-35).
4. É um decreto Imutável: Significa que Deus ordena, decreta e planeja tudo de forma inalterável, seus projetos não podem ser frustrados (Jó 42.2)
III - O DECRETO DE DEUS E TUDO O QUE OCORRE NESTE MUNDO.
         A confissão reconhece que tudo o que existe neste mundo de bom e de ruim está vinculado ao decreto de Deus. Ele cria tudo, faz tudo existir, Deus não é pego de surpresa. Tudo o que ocorre no mundo está sob o controle do decreto absoluto e eterno de  Deus (Isaías 45.6-9).
         Deus ele cria o bem e faz o mal, ele sim faz todas as coisas, ele governa a menor partícula de átomo deste mundo, ninguém pode questionar a sua autoridade soberana (Daniel 4.35) - somos como que barro nas mãos do oleiro e de nós ele fará aquilo que ele deseja. Nada neste mundo ocorre sem que a sua vontade autorize ou exectute - ele "ordena todas as coisas livre e inalteravelemnte", este é o ensino da Bíblia sagrada.
IV - O DECRETO DE DEUS NÃO O TORNA PRATICANTE DO PECADO
         A nossa confissão de fé declara que "Deus não é o autor do pecado" isto significa que Deus não pratica o pecado, ele não faz o mal, e não tem prazer no mal, Deus não vive pecando - o fato de Deus ordenar tudo o que ocorre, inclusive o pecado, não o torna responsável pelos atos pecaminosos de suas criaturas.
         Por quê? A resposta é que ele é um Deus que ama a justiça, a equidade, o direito e a santidade; e, Deus não pode ser o responsável pelo pecado humano - ou seja, responsabilidade está ligada à ideia de se responder a alguém superior - E Deus não tem ninguém acima dele a quem ele deve responder. Tudo o que é bom que emane dele somente (Sal.5:4; Tiago 1:13-17; I João 1:5)
V - O DECRETO DE DEUS E A RESPONSABILIADE DO HOMEM.
         A Confissão de Fé reconhece que o decreto não anula a responsabilidade do homem, antes a confirma como verdade clara da palavra de Deus, pois, eles sim precisam responder a um superior - O Deus das Escrituras (At. 4:27-28 e 27:23, 24, 34.)
         Destes texto aprendemos que apensar de Deus executar seu decreto, todavia, a maldade dos homens será punida de forma clara.
         As causas secundárias estão sob o controle de Deus (Provérbio 16.33) toda a decisão procede do Senhor.

domingo, 18 de setembro de 2011

DA VOCAÇÃO EFICAZ - TERCEIRA PARTE

IGREJA PRESBITERIANA EM SÃO RAIMUNDO NONATO – PI.
Estudos na Confissão de Fé de Westminster.
Capítulo 10: Da  Vocação Eficaz.
TERCEIRA PARTE
Professor: Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Introdução: Estamos estudando esta gigantesca doutrina que é a Vocação Eficaz. Uma doutrina que nos motiva a pensarmos sobre vários temas significativos para a vida da igreja. Tais como: a evangelização, a regeneração e a santificação.
         Vocação eficaz também é uma doutrina confortadora pois, o sucesso da igreja repousa na ação graciosa e maravilhosa do Espírito Santo na conversão dos pecadores.
         A questão que se levanta diante de nós quando estudamos a nossa Confissão de Fé é a seguinte: Como fica a questão das crianças que morrem na infância ante esta doutrina? E ainda aqueles que são incapazes de ouvir o chamado externo do evangelho? Estas são duas perguntas que ocupam o nosso coração.
I – A DOUTRINA DA VOCAÇÃO EFICAZ E A SALVAÇÃO  DOS QUE SÃO  INFANTES E MORREM NA INFÂNCIA.
         Este aspecto da doutrina é o mais polêmico de todos, vivemos um tempo em que as mais perenes questões estão envolvidas os nossos sentimentos. E a pergunta que nos vem sempre à mente é: Será que todos os que morrem na infância são salvos? Bem, a nossa Confissão de Fé declara o seguinte: “III. As crianças que morrem na infância, sendo eleitas, são regeneradas e por Cristo salvas, por meio do Espírito, que opera quando, onde e como quer, Do mesmo modo são salvas todas as outras pessoas incapazes de serem exteriormente chamadas pelo ministério da palavra.
  1. A Depravação Total impede-nos pensar em uma salvação de todas as crianças quando morrem na infância.     
O que estas palavras significam? Significam que as crianças eleitas quando morrem na infância são salvas. Mas, pessoas há que dizem que todas as crianças quando morrem na infância são salvas.
         Os que assim pensam o fazem sobre falsas concepções, e a maior delas é que as crianças não tem pecado algum. Todavia vejamos o que dizem as Escrituras:
1.1        Todas as Pessoas nascem pecadoras, isto incluí as crianças: é o que nós vemos em textos da Palavra de Deus como Salmos 14.1; Romos 3.9.
1.2        _ Todas as pessoas nascem completamente em pecada e estão sob a ira de Deus sem exceção: Mais uma vez a palavra de Deus é clara sobre isso (Salmos 51.5; Romanos 5.12; Efésios 2.1-3b)
         Então defender uma salvação de todas as crianças olhando para estes textos da Palavra de Deus parece-nos insustentável pela palavra de Deus.
  1. Tanto adultos quanto infantes devem ser salvos pela morte expiatória de Cristo Jesus.
         Precisamos manter em nossa mente que tanto adultos quanto crianças só podem ser salvos pela morte expiatória de Cristo, pois, todos estão em um estado de total depravação; de morte espiritual. E que somente essa morte de Cristo, o segundo Adão, conforme vemos nas Sagradas Escrituras. Vejam Romanos 5.15; ele é o cabeça de nossa nova criação (Romanos 5.20) e nele temos a plena justificação ante o tribunal de Deus (Romanos 3.24). E não pode haver salvação sem Cristo Jesus é o que vemos em Atos 4.12.
  1. A obra do Espírito Santo na regeneração é o que salva o homem aplicando os méritos da morte de Cristo:
         Vivemos uma época em que o crer precede o ser vivificado pelo Espírito Santo. Hoje os pregadores ensinam que a fé precede a regeneração. Quando na verdade é a regeneração que precede esse ato de Crer o homem é primeiramente vivificado para poder crer (João 6.37,44; Efésios 2.5). No caso de Lidia Deus lhe abriu o coração (Atos 16.15); Deus quem concede o arrependimento para a vida (Atos 11.18).
         Essas passagens mostram que toda ação de Deus na salvação do pecador independe de ele exercer fé. Isto porque a fé é resultado da obra do Espírito Santo e, tem sido outorgada àqueles que são capazes de exercê-la e tem sido destinada para os eleitos de Deus conforme vemos em Atos 13.48; Romanos 10.17.
  1. A regeneração da Criança independe do exercício da fé: Este aspecto é importante na questão; pois, já temos visto que a regeneração não depende da fé, mas única e exclusivamente da ação soberana do Espírito Santo (João 3.8); e sabemos, pelas Escrituras, que haviam crianças cheias do Espírito Santo (Jeremias 1.5;Lucas 1.41,44) e a única razão para a obra da regeneração é a eleição [predestinação] da parte de Deus. Então, a nossa Confissão ao declarar que apenas as crianças eleitas é que são regeneradas e salvas por Cristo está em perfeita harmonia com o ensino da palavra de Deus.
II – SÃO ELEITAS TODAS AS CRIANÇAS QUE MORREM NA INFÂNCIA?
         A segunda questão a ser abordada nesta seção diz respeito a uma questão de interpretação do texto de nossa Confissão de Fé. Essa declaração tem sido entendida de dois modos distintos:
(1)  O primeiro sentido é que todas as crianças que morrem na infância são eleitas e por isso, são salvas.
(2)  O segundo sentido é que apenas as crianças eleitas que morrem na infância é que são salvas.
         Bem, em nosso entendimento o sentido correto é o segundo, uma vez que afirma que a eleição não depende do estado de ser criança de estar morta. Ou seja, apenas as crianças eleitas é que são regeneradas e salvas por Cristo, quando estas morrem na infância. Pois, afirmar de outro modo esta questão seria contradizer todo o sistema bíblico expresso em nossa Confissão de Fé. Os que se opõe a esta doutrina colocam diante de nós alguns textos vejamos:
2.1 – 2 Samuel 12.22-23 – Não prova a salvação de todas as crianças que morrem na infância? Este texto é usado para indicar um universalismo redentivo de todos os infantes, todavia, a palavra hebraica que aqui aparece diz respeito a sepultura; e é usada em outros contextos significando isso 1 Reis 2.2; Eclesiástes 9.10; o versículo 23 de 2 Samuel inclina-nos para esta interpretação.
2.2 – Lucas 18.16 – Cristo nos ensina que todas as crianças vão para o céus? Aqui o texto não serve como base de salvação das crianças que morrem na infância, visto que Cristo fala de crianças vivas, e ele abençoa as crianças que estão vinculadas ao pacto – e não fora deste pacto – isto implica que o reino do céus é destinada as crianças eleitas que estão no pacto.
III – A SALVAÇÃO DOS QUE SÃO MENTALMENTE INCAPAZES.
         Bem, a nossa Confissão de Fé de Westminster que os que são incapazes de atender o evangelho são também, salvos e regenerados pelo Espírito de Cristo, ressaltamos aqui que aquilo que foi dito sobre os infantes de igual modo se aplica aos que são mentalmente incapazes de serem exteriormente chamados pela palavra pregada!.

sábado, 10 de setembro de 2011

DA VOCAÇÃO EFICAZ - SEGUNDA PARTE

IGREJA PRESBITERIANA EM SÃO RAIMUNDO NONATO – PI.
Estudos na Confissão de Fé de Westminster.
Capítulo 10: Da  Vocação Eficaz.
SEGUNDA PARTE
Professor: Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Introdução: Já tivemos uma avaliação da primeira seção deste capítulo de nossa Confissão de Fé. A doutrina aqui enunciada lida com a proclamação do evangelho e de modo particular com a doutrina da regeneração. Bem hoje nós iremos nos aproximar um pouco mais dessa verdade que é a chamada eficaz ou chamado irresistível produzido pelo Espírito Santo.
         Hoje vamos tratar da  questão do homem e a chamada eficaz. Será que o homem coopera na sua vocação à fé e ao arrependimento? Será que o homem faz a sua parte no ato da regeneração? Ou seja será a regeneração é uma ação soberana de Deus ou tem alguma participação humana nela? Vejamos:
I – O HOMEM É TOTALMENTE PASSIVO NA VOCAÇÃO EFICAZ
         A declaração de fé de nossa Igreja diz:
II. Esta vocação eficaz é só da livre e especial graça de Deus e não provem de qualquer coisa prevista no homem; na vocação o homem é inteiramente passivo, até que, vivificado e renovado pelo Espírito Santo, fica habilitado a corresponder a ela e a receber a graça nela oferecida e comunicada.
            A Confissão de Fé de Westminster coloca-nos diante de uma grande declaração. O homem é totalmente passivo na sua chamada, ele não coopera com nada para ser chamado. E como percebemos isso no símbolo de fé?
1.1        – Na compreensão de que A vocação provém da livre e Soberana graça de Deus: Os teólogos de Westminster dizem aqui nesta seção que a Vocação eficaz é fruto da livre e soberana graça de Deus. Paulo em Efésios 2.8 nos lembra que a nossa regeneração, a nossa nova vida só é possível por causa da graça de Deus. Esta graça do Senhor é fruto deste amor incomensurável de Deus para com os seus eleitos. Ainda a palavra de Deus confirma que está chamada é resultado da graça do Senhor conforme lemos em 2.Tm 1.9; também sabemos pela Palavra de Deus que as nossas boas obras não nos justificam diante de Deus veja Tito 3.4,5.
1.2        Na compreensão de que esta vocação não é baseada no pré-conhecimento de Deus da ação futura do homem: Este é outro ponto que precisa ficar bem claro em nossa mente. Deus não nos chama porque sabia que nós iríamos responder ao chamado do evangelho; Deus não previu fé e arrependimento para nós chamar para junto dele.  A Palavra do Senhor nos ensina algo muito diferente disso um texto clássico sobre isso é Romanos 9.11
II – APENAS A AÇÃO SOBERANA DO ESPÍRITO SANTO PODE TORNAR O HOMEM HABILITADO A RESPONDER ESTA VOCAÇÃO EFICAZ.
         Este é o segundo aspecto que precisamos considerar no estudo deste tema. Se o homem é incapaz de responder a chamada eficaz o que o torna conseguir responder? Já vimos que não existe mérito humano algum nisso. E percebemos que as nossas justiças não nos capacitam a responder a este chamado. Isso significa que apenas o evangelho pode fazer isso. E como isso ocorre?
2.1 – Pela Ação Vivificadora do Espírito Santo de Deus: uma vez que o homem está morto em seus delitos e pecados (Ef.2.1,5). O Espírito Santo vem vivificar o homem do seu estado de morte espiritual; pois, sem essa vivificação do Espírito ele é incapaz de compreender as coisas de Deus; isto nós vemos no texto de 1 Coríntios 2.14; sem esta ação do Espírito este homem se inclina apenas para as coisas da carne [do pecado] conforme diz São Paulo em  Romanos 8.7-9 – esta inimizade natural que o homem tem contra Deus é desfeita pela ação do Espírito Santo de Deus.
2.2 – Na capacidade que concede ao homem de Responder em Fé ao chamado do Evangelho recebendo gratuitamente a graça nele oferecida:
         Esta é a segunda ação que faz o Espírito Santo na vida do Eleito. Dá ao homem a capacidade de responder em fé – devemos sempre lembrar que a fé é fruto desta ação graciosa do Espírito Santo de Deus [ é claro que é de toda a Trindade] capacitando o homem a responder em fé e obediência ao Evangelho de Jesus Cristo.
         O Pai chama para próximo do filho e o filho jamais lança fora João 6.37; isso ocorre porque o novo coração que o eleito recebe no ato da vocação eficaz [neste momento chama-se regeneração] é para que possam obedecer a Deus conforme vemos em Ezequiel 36.26-27.








IGREJA PRESBITERIANA EM SÃO RAIMUNDO NONATO -PI

domingo, 4 de setembro de 2011

DA VOCAÇÃO EFICAZ - PRIMEIRA PARTE.


IGREJA PRESBITERIANA EM SÃO RAIMUNDO NONATO – PI.
Estudos na Confissão de Fé de Westminster.
Capítulo 10: Da  Vocação Eficaz.
Professor: Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Introdução: Uma das forças mais impulsionadoras da evangelização não é o sistema do apelo. Nenhuma engenhosidade criada pelo homem para atrair outros homens a uma resposta pelo “suposto evangelho que pregam”; a real força motriz de uma evangelização eficiente é certamente a doutrina aqui enunciada neste capítulo da Confissão de Fé de nossa igreja. O que podemos aprender deste capítulo? O que a Bíblia tem a nos ensinar sobre a doutrina da chamada ou vocação eficaz?
I – DEFININDO A DOUTRINA DA VOCAÇÃO EFICAZ:
         Antes de estudarmos com mais detalhes esta doutrina é necessário que nós apresentemos uma definição. Isto é importante para nós, pois, somente deste modo poderemos prosseguir no estudo deste assunto significativo na vida da Igreja:
I. Todos aqueles que Deus predestinou para a vida, e só esses, é ele servido, no tempo por ele determinado e aceito, chamar eficazmente pela sua palavra e pelo seu Espírito, tirando-os por Jesus Cristo daquele estado de pecado e morte em que estão por natureza, e transpondo-os para a graça e salvação. Isto ele o faz, iluminando os seus entendimentos espiritualmente a fim de compreenderem as coisas de Deus para a salvação, tirando-lhes os seus corações de pedra e dando lhes corações de carne, renovando as suas vontades e determinando-as pela sua onipotência para aquilo que é bom e atraindo-os eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos pela sua graça.
         A seção inicial deste capítulo da Confissão de Fé nos apresenta conceitos importantes sobre este assunto. Exploraremos alguns destes conceitos.
1.1        – A extensão da vocação eficaz:  o primeiro conceito que devemos observar é sobre a extensão da chamada eficaz. De inicio somos informados que somente os que foram predestinados para a vida são alvos desta vocação. Ou seja, somente os eleitos serão verdadeiramente e eficazmente chamados a obediência e salvação. Em outras palavras somente os escolhidos serão alvos desta chamada eficaz. É exatamente isso que nos ensina a Palavra de Deus em João 15.16, nós não escolhemos a Cristo, mas ele nos escolhe. E somente os que são destinados para vida é irão crer no evangelho conforme vemos em Atos 13.48 e que fomos destinados para alcançarmos a salvação em Cristo 1 Tessalonicenses 5.9.
1.2        Que a Vocação Eficaz se dá por meio da Palavra e do Espírito Santo: aqui aprendemos que o chamado para se crer no evangelho é efetivado por duas ações singulares – A pregação da Palavra e a Ação do Espírito Santo. “é ele [Deus] servido, no tempo por ele determinado e aceito, chamar eficazmente pela sua palavra e pelo seu Espírito”. Deus certamente haverá de chamar de modo eficaz os seus eleitos, todavia, isso por meio de sua Palavra [pregação do evangelho] e pela ação soberana do Espírito Santo. É precisamente isto que aprendemos na palavra de Deus em 2 Tessalonicenses 2.13-14.
II – COMO DEU AGE  NA VOCAÇÃO EFICAZ?
         O segundo aspecto a ser considerado nesta primeira seção de nossa Confissão de fé  diz respeito como isso ocorre? Os puritanos [ autores da confissão de fé de Westminster] costumavam chamar esta vocação de regeneração – que certamente está incluída aqui – e por isso, se preocuparam em mostrar como se dava tal vocação. O que Deus faz nesta vocação?
2.1 – Tira os homens do estado de pecado e morte: É exatamente isso que aprendemos nesta seção. Ação de Deus é remover este homem do estado de pecado, vivificando-o pela sua palavra e pelo seu Espírito e tudo isso mediante Cristo conforme vemos em Romanos 8.2.
2.2 – Transportando os eleitos para um estado de graça e redenção: esta é a segunda ação soberana de Deus na vocação eficaz. É exatamente isso que nos fala a Palavra de Deus em 2 Timóteo 1.9,10.
2.3 – Ilumina o entendimento dos pecadores: os eleitos são iluminados na vocação eficaz para compreenderem a graça e a obra da salvação planejada por Deus. É exatamente isso que nos ensina Atos 26.18
2.4 – Tirando-lhes o coração insensível e dando-lhes um coração de carne: na vocação eficaz Deus opera a regeneração, a mudança de vida, remove um o coração de pedra e dar um coração de carne sensível a voz do evangelho é isso que aprendemos na Palavra do nosso Deus. A confissão de fé usa uma linguagem eminentemente bíblica: “ tirando-lhes os seus corações de pedra e dando lhes corações de carne,” esta declaração é uma referência direta a Ezequiel 36.26 e a 11.19.
2.5 – Agindo para que o homem possa responder efetivamente o chamado do Evangelho: Como Deus faz com que um homem lhe obedeça para que possa ser salvo? A Confissão nos diz que Deus faz algumas coisas:
a) Renova a vontade do pecador: ou seja, Deus capacita esta vontade a querer fazer o bem espiritual que é crer em Cristo.
b) Determina soberanamente a vontade do homem como deve agir: Deus em sua onipotência determina a vontade dos homens para realizarem qualquer bem espiritual  conforme aprendemos em Fp. 2.13.
C) Os traz eficazmente a Cristo: Na vocação Eficaz Deus traz os homens até Cristo Jesus conforme lemos em João 6.44,45.
e) Deus não violenta a vontade do homem: o homem não vem a Cristo forçado por Deus, mas eles são dispostos pela graça a vierem docemente ao seu redentor. João 6.37; Mateus 11.28 e Apocalipse 22.17.