quinta-feira, 29 de setembro de 2011

DOS ETERNOS DECRETOS - QUARTA PARTE

IGREJA PRESBITERIANA EM SÃO RAIMUNDO NONATO - PI
ESTUDOS NA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER.
CAPÍTULO III – DOS ETERNOS DECRETOS DE DEUS

Prof. Rev.João Ricardo Ferreira de França.

  V. Segundo o seu eterno e imutável propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da sua vontade, Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça, ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa.

Ref.  Ef.  1:4, 9, 11; Rom. 8:30; II Tim. 1:9; I Tess, 5:9; Rom. 9:11-16; Ef. 1: 19: e 2:8-9.

Introdução:

          Temos estudado até aqui que Deus tem decretado tudo o quanto acontece neste mundo que nos cerca, mundo no qual somos inseridos como homens e mulheres que vivem para a glória de Deus.
          A grande questão que esta seção procura responder é a seguinte: Onde se fundamenta a predestinação? Qual é a base da predestinação e da eleição dos crentes?

I – CRISTO O FUNDAMENTO DA ELEIÇÃO DIVINA.

          A nossa Confissão declara de modo claro que Deus nos “escolheu em Cristo...”; ou seja, Cristo Jesus é o fundamento e a base de nossa escolha, não existe nada deste mundo ou do outro que possa arrogar-se que a escolha se dar por outro caminho senão cristo.
          Não se pode basear essa escolha nas obras que os homens praticam, pois, isso seria contrário as Escrituras; não existe outra eleição – somente em cristo. É exatamente isso que vemos em Efésios 1.4,9,11) Cristo  é a  razão de existência do eleitos de Deus. Nós percebemos pela forte ênfase que o texto de Efésios faz em relação à eleição dos eleitos de Deus:
a) Escolhidos nele (vs.4)
b) seu benplácito colocado em cristo (vs.9)
c) nele fomos feitos herança (vs.11)
II – O DESTINO DOS ELEITOS.
          A Confissão de Fé declara-nos o destino dos eleitos de Deus mediante essa escolha em Cristo, aqui se nos diz que os eleitos são escolhidos “para a glória eterna”. O destino destes homens predestinados para vida é a eternidade com Deus e com o seu cristo. O viver cristão é pautado sob esta linha singular – Deus predestinou os homens que são objetos de seu amor para viverem eternamente diante de sua glória.
          É precisamente isto que nós aprendemos da palavra de Deus. A ordem de salvação (ordo salutis) apresentada em Romanos 8.30 nos indica exatamente esta perspectiva, e notemos aqui que todos os verbos estão no passado:
1) fomos predestinados.
2) chamados
3) Justificados
4) Glorificados
          A tensão existente em nossas vidas é o que chamamos de Já-e-ainda não; ou seja, da perspectiva da eleição divina já estamos glorificados (morando com Deus nas regiões celestiais em Cristo), todavia, da perspectiva nossa ainda não estamos glorificados.
III – A ESCOLHA DE DEUS É LIVRE E SOBERANA.
          Precisamos compreender que a eleição de Deus visa o “louvor de sua gloriosa graça”, todavia, essa eleição, esta escolha é livre e soberana, ou seja, Deus não nos escolheu porque viu em nós alguma atitude positiva, algum esforço, alguma obra, nada em nós e nada de nós. Ele simplesmente nos chamou com uma vocação eficaz, ele soberanamente decidiu nos amar – apesar de nós! – e assim sua escolha sendo livre é soberana, porque ele não precisou de nossa permissão para nos amar, para nos salvar. É exatamente isso declara a Palavra de Deus em 2 Timóteo 1.9:
que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos,” notemos as ações soberanas de Deus:
1) nos salvou – somos passivos e não ativos na salvação.
2) nos chamou com santa vocação – somos passivos a este chamado que é provocado pelo Espírito Santo.
3) Não existe nenhum esforço ou participação de nossa parte “não segundo as nossas obras”
5) Deus é livre em nossa salvação, pois, ele fez tudo isso segundo “sua própria determinação (vontade)
6) Toda a nossa salvação é fruto da graça “que nos foi dada em Cristo Jesus”
7) Esta obra foi planejada “antes dos tempos eternos” – antes da própria eternidade.

IV – ELEIÇÃO E PRESCIÊNCIA.

          A nossa Confissão de Fé nos lembra que essa escolha de Deus manifesta-se “não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa.
          Deus não escolheu os eleitos levando em consideração coisas como a “fé”, visto ser ela um dom da graça (Efésios 2.8) e nem de obras que praticamos; pois, não podemos nos gloriar diante de Deus (Efésios 2.9) e ainda, as boas obras que praticamos são frutos da predestinação de Deus (Efésios 2.10).
          Podemos ainda dizer que nada na criatura humana moveu o coração de Deus para salvá-lo, Deus não previu alguma resposta do homem para poder escolhe-lo, um exemplo claro na palavra de Deus está em Romanos 9.11-16.
1) os gêmeos não eram nascidos: ou seja, não existiam ainda quanto a formação de uma identidade humana.
2) Não tinha feito o bem ou mal: isso significa que não houve uma ação boa de alguma parte para haver a escolha.
3) o propósito da eleição estabelecido: não deveria ser por obras pela graça soberana de Deus que deveria haver a escolha.
4) Deus tem misericórdia de quem quiser e endurece a quem lhe apraz: isso aponta para a soberania de Deus em tudo o que faz.
5) Não depende do esforço ou do querer do homem, mas de Deus se compadecer.
          Então, toda a escolha de Deus fundamenta-se em uma única verdade: Sua soberana vontade em escolher os pecadores para serem salvos e outros são destinados a ira, porque seu beneplácito assim o deseja e o faz.=

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