segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O BATISMO INFANTIL

IGREJA PRESBITERIANA EM SÃO RAIMUNDO NONATO
CURSO DE INTRODUÇÃO À IDENTIDADE PRESBITERIANA
AULA: OS FILHOS DO PACTO E A IGREJA.
Prof. João Ricardo Ferreira de França
Catecismo Maior de Westminster: “A quem deve ser administrado o Batismo?
Resposta: O Batismo não deve ser administrado a ninguém que esteja fora da igreja visível, enquanto não professar a fé em Cristo e a obediência a Ele; Mas as crianças descendentes de pais, ou de apenas um deles, que professam a fé em Cristo e obediência Ele, estão, quanto a isso, incluídas no pacto e devem ser batizadas (Catecismo Maior, pergunta 166)
Referências Bíblicas: At.2.38; 8.36-37 – exige-se dos adultos uma pública profissão de fé em Cristo para que seja Batizado; Gn 17.7-9 comparado a Gl 3.9,14; Cl 2.11-12; At.2.38-39; Rm 4.11-12. – O pacto com Abrão inclui todos os crentes em Cristo  juntamente com os seus filhos; 1 Co 7.14 – Mesmo que um dos pais seja incrédulo, basta um só deles ser crente em Cristo para que os filhos tenham o status de “santos” ou status pactual. Mt 28.19 – todas as nações devem ser batizadas.
I -  A CIRCUNCISÃO: UMA GRANDE HERANÇA.
            Começamos o nosso estudo com Abraão, o personagem do Antigo Testamento. Talvez vocês estejam pensando – “o que a história antiga tem a ver comigo? Sou um cristão do Novo Testamento.” A resposta é que todo ensino do Novo Testamento tem sua origem no Antigo Testamento.
            Tenho um amigo que tem quinhentos pés de rosas no quintal de sua casa. Não preciso dizer que sabe muito sobre as rosas. Ele, porém, não poderia descrever o processo de formação de uma rosa sem falar acerca das hastes e das raízes, porque ali é onde começa a história da botânica dessa flor. Assim é na Bíblia. Cada doutrina ensinada nos evangelhos tem suas raízes no Antigo Testamento. Se você deseja entender a doutrina do pecado, deve começar no livro de Gênesis. Ou se quer entender profundamente a incrível beleza da cruz, deve ler o Pentateuco e os Profetas. Da mesma maneira, se você deseja saber o que a Bíblia ensina acerca do Batismo infantil, deve começar pelo Antigo Testamento.
            Deus salvou a Abraão. Em Romanos 4, Paulo explica que a salvação de Abraão foi pela graça, por meio da fé. Lemos tanto no  Antigo como no Novo Testamento que “Abraão creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça”( Gênesis 15.6; Romanos 4.9). Assim, Abraão é nosso correspondente do Antigo Testamento. Da mesma maneira que nós pecadores somos salvos pela graça por meio da nossa fé, ele também foi um pecador salvo pela graça por meio da fé.
            Em Gênesis 17.7, Deus chama esta relação de salvação de “pacto eterno”, um pacto de salvação de gera a geração. O poderoso Deus abaixou-se para pactuar com a criatura pecaminosa. Ele deu a Abrão um símbolo para marcar essa relação de pacto. Ele disse que Abraão devia circuncidar-se e que essa circuncisão seria símbolo do pacto de salvação: “Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança ente mim e vós” (Gênesis 17.11).
            Ora, isto não difícil de entender. Quando um rapaz e uma moça se casam, fazem um pacto entre si e dão um ao outro um anel como símbolo desse pacto. O sinal da aliança é para lembrar que estão em uma união pactual.
            Da mesma maneira, a circuncisão era um símbolo da salvação de Deus dado a Abraão. Por que Deus escolheu a circuncisão? Devemos admitir que é um símbolo um tanto diferente. A resposta mais provável é que a circuncisão significa limpeza. E Isaías 52.1, as palavras “incircunciso” e “imundo” são sinônimos. Portanto, Deus utilizou um símbolo externo de limpeza para representar a limpeza espiritual e interior (Deuteronômio 30.6).
            Quando um adulto não pertencia ao povo de Israel  e se tornava um crente, devia ser circuncidado. (Êxodo 12.48). Esta relação é tão significativa que Deus em muitos contextos usa a palavra circuncisão para descrever a obra de salvação que ele desejava realizar, a pessoa salva era chamada de “circuncisa” e não salva de “incircuncisa” (Isaías 52.1; Ezequiel 44.9; 1 Samuel 14.6). É claro que a circuncisão não salvava, mas simbolizava a justiça redentiva de Deus; Paulo fala sobre isso em Romanos 4.11: “[...] recebeu o sinal da circuncisão  como selo da justiça da fé[...]
            Você pode está se perguntando: “e o que isso significa para mim?” É o fato de que em Gênesis 17.12 Deus inclui as criancinhas no pacto: Como é que um símbolo de salvação pode ser dado a uma criança que ainda não crer em Deus? Mas é o que encontramos nesta passagem. Diante disso temos algumas conclusões a serem ratificadas:
  • Abraão foi um pecador salvo pela graça por meio da fé.
  • Deus  constituiu a circuncisão como símbolo da salvação.
  • Os símbolo devia ser dado aos filhos de pais crentes.
Se nós tivéssemos vivido na época do Antigo Testamento, como pais crentes, nós teríamos circuncidado nosso filhos. Logo, teríamos aplicado em nossas crianças o símbolo da salvação.
II – O BATISMO: UM NOVO SÍMBOLO.
            Alguns homens dão ordens com tanta autoridade que suas palavras ressoam por gerações. Não é diferente com o nosso Senhor Jesus Cristo, devemos sempre lembrar que quando alguém se batiza hoje, está obedecendo a uma ordem de quase dois mil anos atrás. Jesus disse a Seus discípulos que fizessem outros discípulos e batizassem (Mateus 28.19). Ao longo da trajetória da igreja a vemos praticando o batismo nas altas horas da madrugada (Atos 16.33). Se no deserto ali estava o momento de batizar aquele que creu (Atos 8.26-40). Como se batiza uma pessoa? Aplica-se-lhe água.
            O batismo tem haver com a nossa relação com Deus, pois, somos inseridos no pacto com Deus “em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 18.19). Deus utiliza um símbolo externo para denotar uma realidade espiritual interna. Assim como a circuncisão, o batismo é também um símbolo.
            Por que Deus escolheu a água como símbolo? Porque é um agente universal de limpeza. Assim, Deus escolheu este agente de limpeza como um símbolo da realidade espiritual. O batismo significa que as manchas do pecado foram removidas de nosso coração: “Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados invocando nome dele”.(Atos 22.16). O batismo é também um símbolo de limpeza moldado no nascimento (Tito 3.5). Quando nós nascemos de novo ou somos regenerados, nós morremos para o pecado, e à medida que crescemos em nossa vida, fazemos morrer essa natureza pecaminosa – nossas vidas são limpas!
            O batismo significa que fomos separados para viver uma vida santa. O batismo está tão ligado à salvação. (Gálatas 3.27; Atos 22.16) é claro que o batismo não salva, pois, a Bíblia ensina-nos que somos salvos pela graça (Efésios 2.8), mas o batismo simboliza nossa salvação.
            À Luz destes fatos vemos no Novo Testamento que quando uma pessoa se convertia era batizada juntamente com toda a sua família  (Atos 16.15), note como o escritor sagrado visa chamar nossa atenção para o fato de que a família de Lídia foi batizada. De igual modo, temos o carcereiro de Filipos (Atos 16.33-34) – aqui certamente havia crianças de peito que foram batizadas, negá-lo seria manifestar preconceito para com a evidência bíblica.
III – A CIRCUNCISÃO CUMPRIDA NO BATISMO
            Deus sempre termina o que começa. Ele mantém seus votos e juramentos, cumpre suas promessas, e nunca deixa nada incompleto. Recentemente vi a seguinte mensagem na camiseta de um jovem: “Seja paciente; Deus não terminou comigo ainda” – o pecado não dominará a minha natureza por toda a vida, pois, haverá um dia que haverá de completar sua obra redentora.
            Quando nós olhamos a vida de Jesus, nós o vemos cumprindo muitos dos votos e promessas do Antigo Testamento. Ele mesmo nos ensina isso que não veio anular o Antigo Testamento, mas veio cumprir, obedecer fazer valer o que estava na Lei (Mateus 5.17-18). Longe de negar ou contradizer o Antigo Testamento, ele o completa e o cumpre. Aquilo que era ritualístico e cruento no Antigo Testamento encontra sua realidade Cristo Jesus.
            Ele estabelece a Eucaristia (Santa Ceia) como rito substitutivo da Páscoa do Antigo Testamento, exatamente da mesma maneira, o batismo toma o lugar da circuncisão como o símbolo da salvação.
            Considere as seguintes três perguntas à luz do que estudamos até agora:
1. O que acontecia no Antigo Testamento quando uma pessoa cria no Deus de Abraão e confiava nEle?
Resposta: Era circuncidada.
2. Qual era o sinal externo que representava o coração limpo no Antigo Testamento?
Resposta: A circuncisão.
3. Qual era o símbolo externo que marcava a entrada de uma pessoa na comunidade de crentes no Antigo Testamento?
Resposta: A circuncisão.
            Agora, permita-me fazer-lhe as mesmas perguntas substituindo “Antigo Testamento” por “Novo Testamento”.
1. O que acontecia no Novo Testamento quando uma pessoa cria no Deus de Abraão e confiava  nEle?
Resposta: Ela era batizada.
2. Qual era o sinal externo que representava o coração limpo no Novo Testamento?
Resposta: O batismo
3. Qual o símbolo externo que marcava a entrada de uma pessoa na comunidade de crentes no Novo Testamento?
Resposta: O batismo.
            Por esta razão, quando uma criança nasce em nossa congregação ela é conduzida ao batismo, visto que, o rito substitui aquela sombra do Antigo Testamento. Pois, o batismo é o cumprimento da circuncisão. (Colossenses 2.11-12).
           

sábado, 27 de agosto de 2011

DO LIVRE-ARBÍTRIO II

IGREJA PRESBITERIANA EM SÃO RAIMUNDO NONATO – PI.
Estudos na Confissão de Fé de Westminster.
Capítulo 09: Do Livre-Arbítrio II.
Professor: Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Introdução: Em nosso último encontro vimos como a nossa Confissão de Fé e a Bíblia apresenta o tema do Livre-Arbítrio; observamos que Deus criou o homem com o poder de obedecer a Deus ou não obedecer; estudamos que este homem após a queda perdeu completamente todo o poder que tinha para fazer algo de bom que  viesse a agradar a Deus; e que por isso, o homem tornou-se totalmente incapaz a prática do bem.
         Mas e agora como devemos encarar este assunto à luz da nova realidade que vivemos como crentes em Cristo Jesus? Como vivem os que são regenerados pela ação da Palavra de Deus e pelo Espírito Santo? Vejamos:  
I – A GRAÇA RESTAURA PARCIALMENTE A LIBERDADE DO HOMEM.
         Aqui nós vamos lidar com a graça de Deus agindo nesta vontade do homem caído no pecado, escravizado ao pecado para que assim possa ser habilitado a responder positivamente ao evangelho; pois, somente deste modo poderá ser realmente salvo do estado de total depravação.
         A Confissão de fé sumariza para nós esta verdade sob a seguinte proposição:
IV. Quando Deus converte um pecador e o transfere para o estado de graça, ele o liberta da sua natural escravidão ao pecado e, somente pela sua graça, o habilita a querer e fazer com toda a liberdade o que é espiritualmente bom, mas isso de tal modo que, por causa da corrupção, ainda nele existente, o pecador não faz o bem perfeitamente, nem deseja somente o que é bom, mas também o que é mau.
         Nesta declaração encontramos conceitos chaves para entender a temática do livre-arbítrio. A proposição aqui nos apresenta um conceito radical e diferente daquele que predomina em nossos dias, inclusive em círculos reformados e presbiterianos. Vejamos:
1.   A Conversão como uma obra de Deus:  Em nossos dias ouvimos os pregadores dizer que o homem precisa exercer seu livre-arbítrio para que possam converter-se. Mas a declaração acima nos diz: “Quando Deus Converte um pecador” – nós vemos claramente que a conversão do pecador é obra de Deus. Esta tônica é mostrada pelo profeta Jeremias no capítulo 31.18; esta mudança de mente e lugar como coloca-nos a confissão ao declarar ainda “e o transfere para o estado de graça – Deus não somente converte o pecador mais o coloca no estado de graça – este é o ensino cristalino do evangelho em Colossenses 1.13.
2.   A liberdade que o homem precisa procede da Ação Soberana de Deus: Este é o segundo conceito chave que aprendemos aqui. Ora, somos ensinados pela mídia televisa e radiofônica de que o homem pode a qualquer momento, fazendo uso do seu livre-arbítrio se liberta de seus pecados. Esta noção choca-se com ensino das Escrituras, que pode ser sintetizado nas seguintes palavras: “ ele o liberta da sua natural escravidão ao pecado  a proposição da Confissão está fundamenta da Bíblia conforme vemos em João 8.34 e 36. – note que Cristo declara que todo aquele que comete pecado[1] é escravo do pecado (dou/lo,j evstin th/j a`marti,ajdoulós estin tês hamartias); ora, como o homem pode ter livre-arbítrio antes de conhecer a Cristo? Somente é quando Cristo liberta este homem é que ele é verdadeiramente livre.
3.   Que a liberdade conferida ao pecador só é possível por causa da ação da graça redentora de Deus: A proposição da Confissão de Fé de modo preciso nos lembra que esta liberdade que o homem tem é fruto da livre Graça de Deus, esta que é um favor imerecido manifestada ao homem pecador. E, é por causa desta graça que o homem é habilitado a responder positivamente o evangelho conforme aprendemos em Filipenses  2.13, Deus nos faz querer o evangelho e nos capacitar a realizar aquilo que de nós exige no evangelho. Pois, pela nossa Confissão de Fé nós aprendemos Deus pega o pecador e  o habilita a querer e fazer com toda a liberdade o que é espiritualmente bom”.
4.   Aprendemos que Mesmo neste novo estado o homem regenerado ainda mantém corrupções de sua natureza sendo inclinado ora para a justiça e ora para o pecado:  Na conversão do pecador a sua natureza não é erradicada – anulada – e assim, vive uma luta nesta vida. Ou como coloca-nos a Confissão de Fé: “mas isso de tal modo que, por causa da corrupção, ainda nele existente, o pecador não faz o bem perfeitamente, nem deseja somente o que é bom, mas também o que é mau. Nós não realizamos o bem perfeitamente e nem sempre desejamos o que é bom – isto por causa dos vestígios de nossa natureza corrompida que existe em nós conforme aprendemos na Escritura em  Gálatas 5.17 e em Romanos 7.18-23

II – NO ESTADO DE GLÓRIA O HOMEM TERÁ UMA VONTADE QUE NÃO DESEJARÁ MAIS PECAR.
         Na última seção deste capítulo da Confissão de Fé de Westminster nós temos uma declaração simples, profunda e direta sobre o que ocorrerá com a vontade do homem regenerado. Os teólogos de Westminster declararam o seguinte:
V. É no estado de glória que a vontade do homem se torna perfeita e imutavelmente livre para o bem só.
         Notemos que aqui nesta proposição se reconhece que o homem em sua vontade, ainda que manchada pelos vícios do pecado, poderá ser livre desta vontade que vive titubeando entre a prática do que é bom e o do que é mal, todavia, hoje, sendo mais inclinado para o mal, será finalmente livre desta inclinação. E viverá somente para a prática do bem. 
         Isso porque o homem deve chegar à plena maturidade a estatura de Cristo (Efésios 4.13); pois, na eternidade seremos imaculados, sem culpa, sem pecado, e sem uma vontade que rejeita a Deus o que queira pecar (Judas 24). Nós seremos semelhantes  a Cristo e sabemos que ele tinha uma vontade que não pecava, mas que amava a santidade e praticava a santidade; e a Bíblia nos diz que seremos semelhantes a ele (I João 3:2.).
Conclusão: O nosso estudo sobre este capítulo da Confissão de Fé de Westminster. Nos mostrou grandes lições importantes:
  1. Que o homem foi criado para a obediência a Deus: fomos criados para viver de uma forma obediente.
  2. Que por causa do pecado este homem perdeu a liberdade de poder agradar a Deus.
  3. Que o homem é incapaz pelo seu esforço de salvar a si mesmo pois, é escravo do pecado
  4. E que apenas pela Ação soberana de Deus somos libertados e habilitados à prática do bem.

          


[1]No original grego  indica uma ação contínua “aquele que vive praticando o pecado”

domingo, 21 de agosto de 2011

DO LIVRE-ARBÍTRIO - PRIMEIRA PARTE.

IGREJA PRESBITERIANA EM SÃO RAIMUNDO NONATO – PI.
Estudos na Confissão de Fé de Westminster.
Capítulo 09: Do Livre-Arbítrio.
Professor: Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Introdução:
         As igrejas de modo geral tem ensinado uma doutrina chamada de “Livre-arbítrio”, e o sentido aplicado a este termo é que o homem pode por livre e espontânea vontade, sem influências, decidir se quer ou não ir para o céu. O poder da salvação em última instância está na vontade do pecador. Todavia, será que a Bíblia ensina isto? O que podemos aprender sobre este tema nas Sagradas Escrituras e na Confissão de Fé de Westminster? Vejamos:
I – DEUS CRIOU O HOMEM COM O PODER DE DECISÃO EM OBEDECÊ-LO OU NÃO.
         A nossa Confissão de Fé declara o seguinte:
I. Deus dotou a vontade do homem de tal liberdade, que ele nem é forçado para o bem ou para o mal, nem a isso é determinado por qualquer necessidade absoluta da sua natureza.
         Existe uma tendência de ser ler esta declaração da Confissão e pressupor que aqui esta se falando do chamado livre-arbítrio; todavia, o que a Confissão reconhece é que Deus dotou a vontade do homem de uma liberdade para obedecer a sua lei.
         Ou seja, o projeto de Deus para o homem é a obediência a sua vontade revelada. Isso é pressuposto por textos Bíblicos como Tiago 1.14 – onde somos informados que o homem prática o mal não porque é impelido por uma força externa, mas porque ele em sua natureza assim deseja, e assim o quer, e isto de forma voluntária.
         Este homem tem a capacidade obedecer ou não a Deus porque ele é um ser moral conforme aprendemos no texto de Deuteronômio 30.19; ora, neste texto não está se provando a doutrina do livre-arbítrio, mas mostrando que o homem tem [quando vivendo na relação pactual com Deus]  o poder de obedecer ou não a Deus, todavia, vemos Deus dizendo “escolhes, pois a vida” – ou seja, escolham me obedecer! Pois, somente Deus é a vida do povo pactual. Então, este é o primeiro pressuposto de nossa Confissão de Fé. O homem como ser moral pode obedecer ou não a Deus, mas isso não quer dizer que ele tem livre-arbítrio.
         A Confissão de Fé Prossegue:
II. O homem, em seu estado de inocência, tinha a liberdade e o poder de querer e fazer aquilo que é bom e agradável a Deus, mas mudavelmente, de sorte que pudesse decair dessa liberdade e poder.
         Agora a Confissão de Fé aprofunda a questão. Ela nos mostra que o homem quando foi criado, este foi criado em um estado de inocência original, e tinha liberdade e pode de querer e fazer aquilo que é bom e agradável a Deus. Esta é a chave para se entender a declaração dos teólogos de Westminster.
         O homem antes da queda tinha a liberdade e poder de fazer algo agradável a Deus; ou seja, este homem podia positivamente obedecer a Deus e fazer aquilo que Deus aceitava, pois, não estava manchado pelo pecado, não havia corrupção na natureza deste homem. É exatamente isso que pressupõe o texto de Gênesis 2.17. Ora, este homem tinha plena comunhão com Deus, pois, Deus vinha comunicar-se com este pela viração do dia conforme aprendemos em Gênesis 3.8.
         Na segunda parte da declaração da Confissão de Fé nos traz uma alerta, nos informa que este homem que fora criado poderia cair deste estado no qual foi criado. “mas mudavelmente, de sorte que pudesse decair dessa liberdade e poder.” Em outras palavras, este homem poderia perder essa capacidade de obedecer a Deus de forma que tornasse o criador agradável. É exatamente isto que acontece com o homem quando ele cai em pecado.
         Primeiro este homem procura destronar Deus conforme lemos em Genesis 3.5 – a ênfase está no fato de que Adão e sua esposa almejavam ser iguais a Deus. Este é o pecado da rebelião contra o Governador de todo o Universo. O seu segundo pecado foi a transferência de culpa do homem primeiro ao seu criador e depois para sua esposa conforme Gênesis 3.12-13.
         A Bíblia mostra que este homem que caiu do estado de graça fora criado íntegro, todavia, se desviou do propósito para qual foi criado conforme vemos em Eclesiastes 7.29. Ou seja, o homem decidiu ficar contra o seu criador. Este é o ponto que nós queremos ressaltar é que este homem foi criado com a capacidade de obedecer a Deus e realizar aquilo que é agradável a Deus, todavia, ele pecou contra Deus e sofreu conseqüências sérias.
II – A QUEDA ANULOU O PODER DE VONTADE DO HOMEM QUANTO A QUALQUER BEM ESPIRITUAL.
         Na terceira seção de nossa Confissão de Fé aprendemos o seguinte:
III. O homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu próprio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso.
         A badalada doutrina do livre-arbítrio aqui é confrontada e destruída na declaração de nossa fé. Ora, o ensino que esta seção nos apresenta é singular. Adão caiu no estado de pecado, e o que ocorreu com ele? Ele perdeu completamente.
         Isso precisa ser ressaltado. Pois, aqui estamos lidando com uma das proposições básicas para combater algumas práticas de nosso tempo. Estas práticas estão tomando forma e ocultado o verdadeiro ensino da Palavra de Deus, como o sistema do apelo.
         Veja o homem perdeu completamente o poder de vontade para fazer algum bem espiritual que possa acompanhar a salvação. O homem não tem esse poder mais de agradar a Deus. Em Romanos 5.6-8 somos alertados por Paulo que o homem em pecado está em profunda inimizada com Deus.
         Isto é ressaltado aqui na Confissão de Fé ao nos mostrar que este homem é inteiramente “adverso a todo bem e morto em pecado” termos fortes! O homem natural é inimigo do bem. O texto de Romanos 3.9-18 nos mostra esta realidade; e, ainda Paulo em Efésios nos diz que este homem é espiritualmente morto – Efésios 2.1-3.
         Esta morte espiritual é retratada também em Colossences  2.13. A igreja passou da morte para a vida (João 5.24-25), mas esta nova esfera da Igreja serve para ressaltar onde ela estava antes de Conhecer Cristo, ou seja, estava em uma sepultura espiritual.
         Há nesta declaração da Confissão de Fé que nos alerta para algo importante. A Confissão reconhece que o homem não regenerado “é incapaz de, pelo seu próprio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso.”
         Ouvimos descrentes quando eles são desafiados pelo evangelho dizer: “há não me sinto preparado, vou precisar me preparar para que possa me converter”. Mas isso é impossível ao ímpio. Ele não pode nem mesmo se preparar para isso – para a conversão.
         Só podem ser alvos da graça aqueles que são chamados pelo Pai (João 6.44,65)o homem somente pode ser convertido pela vontade de Deus. Este homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus 1 Corintios 2.14. E eles só podem sair deste estado de total depravação, de total escravidão se for por meio do lavar “renovador e regenerador do Espírito Santo” (Tito 3.3-5)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

DIAS DA VINGANÇA - DAVID CHILTON - PRÓLOGO


PROLÓGO

Gordon J. Wenham

The College of St. Paul and St.Mary

Cheltenham, Inglaterra.

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          Os leitores do livro de Apocalipse ficam ou hipnotizados ou desorientados diante dele. Os hipnotizados saem com interpretações tão surpreendentes que os desorientados a gosto chega à conclusão de que os cristãos de mente sóbria devem deixar o livro em paz.

          O comentário de David Chilton deveria ser estudado por ambos os tipos de leitores. Chilton mostra que, como qualquer outro livro do Novo Testamento, Apocalipse está direcionado principalmente para a igreja do primeiro século, e facilmente compreendido por seus membros, pois, eles estavam completamente familiarizados com as imagens do Antigo Testamento. Chilton mostra que, uma vez que captamos estes modos de expressão, Apocalipse não é difícil para a nossa compreensão.

          Contudo, Apocalipse continua sendo para nós um livro estimulante e relevante, não porque nos dá um esboço da história mundial com referência especial a nossa era, mas porque nos mostra que Cristo está no controle da história mundial, e como devemos viver e orar, e adorar a Deus. Com imagens vívidas e poderosas, nos ensinam o que significa crer na soberania e na justiça de Deus. Oxalá que este valioso comentário nos mova para orar com João e a igreja universal no céu e na terra: “Amém; ora, vem Senhor Jesus”







PREFÁCIO DO AUTOR

Tyler, Texas

8 de maio de 1986

Dia da Ascensão

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          Desde o mesmo princípio, os excêntricos e os loucos tem tratado de usar o Apocalipse para pleitear alguma nova distorção daquela doutrina que diz: O céu está caindo! Porém, como espero mostrar nesta exposição, que em seu devido lugar o Apocalipse de João ensina que os cristãos vencerão toda oposição por meio da obra de Cristo Jesus. Estou convencido de que uma verdadeira compreensão desta profecia deve estar baseada na correta aplicação de cinco chaves cruciais de interpretação:

1. O Apocalipse é o livro mais “bíblico” da Bíblia.

          João cita centenas de passagens do Antigo Testamento, existe uma gama de alusões sutis a rituais religiosos conhecidos do povo hebreu. Para entender o Apocalipse, precisamos conhecer nossas Bíblias de frente para trás. Uma das razões do por quê este comentário é tão extenso é que tratado de explicar uns extensos antecedentes bíblicos comentando numerosas porções das Escrituras que lançam luz sobre a profecia de João.  Também, tenho reimpresso, como Apêndice A, o excelente estudo de Philip Barrington sobre o simbolismo levítico no Apocalipse.

2. O Apocalipse tem um sistema de simbolismo.

          Quase todo mundo reconhece que João escreveu sua mensagem em símbolos. Porém o significado destes símbolos não é algo fácil de ser capturado por qualquer pessoa. Há uma estrutura sistemática no simbolismo bíblico. Para entender o Apocalipse corretamente, devemos estar familiarizados com a “linguagem” em que foi escrito. Entre outras metas, este comentário se propõe a fazer com que a Igreja se aproxime, dando pelo menos alguns passos, a uma verdadeira Teologia do Apocalipse.

3. Apocalipse é uma profecia sobre eventos iminentes.

          Eventos que estavam a ponto de desencadear-se no mundo do primeiro século. O Apocalipse não trata de uma guerra nuclear, as viagens espaciais, ou o fim do mundo. Uma e outra vez, adverte especificamente que “o tempo está próximo”. João escreveu seu livro como uma profecia da destruição iminente de Jerusalém no ano 70 d.C, mostrando que Jesus Cristo havia entronizado o novo pacto e a nova criação. O Apocalipse não pode ser entendido a menos que este fato fundamental seja levado a sério.

4. O Apocalipse é um serviço de Culto.

          João não escreveu um livro texto sobre profecia. Em seu lugar, registrou um serviço de culto celestial em progresso. De fato, uma de suas principais preocupações é de que o culto a Deus seja o centro de tudo na vida. É o mais importante que fazemos. Por esta razão, através deste comentário, tenho dedicado atenção especial  aos muitos consideráveis aspectos litúrgicos do Apocalipse, e suas implicações para nossos serviços de culto na atualidade.

5. Apocalipse é um livro sobre o Domínio.

          O apocalipse não é um livro sobre quão terrível é a era do Anticristo, ou quão poderoso é o diabo. Como expressa o mesmíssimo primeiro versículo, é A revelação de Jesus Cristo. Nos fala de seu senhorio sobre tudo; nos fala de nossa salvação e de nossa vitória no novo pacto, o “maravilhoso plano de Deus para as nossas vidas”; nos diz que o reino deste mundo tem vindo a ser o reino de nosso Deus e de seu Cristo; e nos diz que Ele e seu povo reinarão para sempre.

          Tenho que expressar minha gratidão a muitas pessoas por haver tornado possível a existência deste livro. Primeiro, e o mais importante, agradeço ao Dr. Gary North, sem sua paciência e seu considerável investimento financeiro simplesmente não teria sido possível escrever este livro. Durante a semana em que mudei para Tyler, Gary me levou em uma de suas periódicas rodadas de compra de livros a uma grande livraria de livros usados em Dallas. Enquanto o ajudava a levar para o mostrador centenas de volumes cuidadosamente escolhidos (eu também comprei alguns livros – um par deles a cada hora ou algo assim; somente para manter-me dentro do jogo),  Gary me perguntou em que projeto a longo prazo eu gostaria de trabalhar, junto com outras obrigações no Instituto de Economia Cristã. “Que te parece um livro sobre o Apocalipse, de tamanho médio, em estilo popular, a nível introdutório, e fácil de ler? Sugeri. “Creio que poderia realizar algo assim em três meses”. Deste dia até hoje faz três anos e seis meses – ou, como Gary sentiria tentado a raciocinar: um tempo, e tempos, e a metade de um tempo. por fim, a tribulação terminou.

          Claro que, este livro tem excedido vastamente seu projeto e alcance. Uma parte não tão pequena disto se deve ao Rev. James B. Jordan e ao Rev. Ray Sutton, pastores da Igreja Presbiteriana Westminster de Tyler, Texas, que tem influenciado grandemente a minha compreensão das conexões literárias e simbólicas e as estruturas litúrgicas da Bíblia. O Rev. Ned Rutland, da Igreja Presbiteriana Westminster de Opelousas, Louisiana, leu a primeira versão de alguns capítulos e, com consumados tatos e graças, me orientou sobre uma direção mais bíblica. James M. Peters, o historiador residente de antiguidades e um gênio em computadores de Tyler, foi um rico tesouro de informação sobre o mundo antigo.

          Há outros que contribuíram de várias formas para a produção deste livro. A Sra. Maureen Peters e a Sra. Lynn Dwelle, secretárias do ICE, me ajudaram com muitos detalhes técnicos e obtiveram livros que já haviam sido esgotados; elas desenvolveram a virtude de “andar mais uma milha” até convertê-la em arte refinada. O tipógrafo David Thoburn, um verdadeiro artista, trabalhou longas horas a mais do que seu dever exigia, resolvendo problemas pouco comuns e assegurando-se da alta qualidade e legibilidade do livro. Tem confirmado abundantemente minha convicção de sua superior habilidade. Sua auxiliar, a Sra. Sharon Nelson, foi uma valiosa mediadora, que se assegurou que os nossos computadores permanecessem em comunicação entre si. Os indicies foram preparados por Mich Wright e Vern Crisler.

          Um dos mais sobresalientes eruditos bíblicos de nosso tempo é o teólogo britânico Gordon J. Wenham, do College of St. Paul and St.Mary, cujos informados e bem escritos comentários tem deixado uma marca significativa no mundo evangélico. Meu primeiro contato com o Dr. Wenham ocorreu no ano passado quando, se prévio aviso, lhe enviei uma cópia de meu livro Paradise Restored (em processo de tradução pelo CEP – nota do tradutor). Para minha grande e agradável surpresa, me escreveu dando-me felicitações. Isto me animou (ainda que com certo temor e tremor) a solicitar-lhe seus comentários sobre os contornos gráficos sem corrigir a presente obra. O Dr. Wenham, graciosamente, separou tempo valioso para lê-lo, fazer sugestões, e escrever um prólogo. Agradeço sua amabilidade. Naturalmente, ele não pode ser responsável pelos numerosos defeitos deste livro. Talvez este último pode deva ser sublinhado. Este comentário não afirma em absoluto ser a “última palavra” sobre o tema; de fato, se minha escatologia é correta, muitos anos a Igreja deixou mais para escrever muitas mais palavras! Sinto-me profundamente em dívidas com as importantes contribuições de muitos outros comentaristas, especialmente Phiip Barrington, Austin Farrer, J. Massyngberde Ford, Meredith G. Kline, J. Stuart Russell, Moses Stuart, Henry Barclay Swete, y Milton S. Terry. Espero haver-lhes feito justiça ao construir sobre seus fundamentos. E, contudo, estou dolorosamente consciente de que a tarefa de comentar a magnífica profecia de João excede em muito a minha capacidade. Para as ocasiões em que tem deixado de apresentar adequadamente a mensagem do Apocalipse, rogo a indulgência de meus irmãos e irmãs em Cristo, e desejo sinceramente seus comentários e suas correções.

          A minha amada esposa, Darlene, sempre tem sido minha maior fonte de estímulo. Nossos filhos (Nathan David, Jacob Israel, e Abigail Aviva) suportaram nosso coletivo “exílio a Patmos” com verdadeira graça joanina (mesclada, talvez, com um ou com outro estrondo de trovões boanergeanos também!); e se as suas histórias para dormir estivessem de alguma forma cheias de querubins, dragões, cavalos voadores, e espadas flamejantes além da conta, nunca reclamaram.

          Finalmente, me sinto agradecido aos meus pais, o Rev. e a Sra. de Horold B. Chilton. Fui abençoado imensuravelmente ao crescer em um lugar no qual a Palavra de Deus é tão altamente honrada, tão fielmente ensinada, e tão verdadeiramente vivida. O ambiente que eles estruturaram estava constantemente inundado da grandeza e riqueza musical, pois, a atmosfera estava carregada de acaloradas discussões teológicas, tudo no contexto de cuidar do necessitado, dar abrigo ao desamparado, dar de comer ao faminto, e levar a todos a preciosa mensagem do evangelho. Desde as florestas quentes e campos de arroz das Filipinas até os sombreados ciprestes da Califórnia do Sul, eles colocam diante de mim um exemplo notável e inesquecível do que significa ser servos do Senhor. Algumas de minhas lembranças são as de ver a fé de meus pais sendo submetida a provas mais além do que pareciam ser os limites da resistência humana; e quando Deus os provou, saíram. Tendo o testemunho de Jesus, suportando a perda de todas as coisas para ganhar a Cristo, são o que João nos exorta a sermos: Testemunhas fiéis.

Este livro é dedicado a eles.

PREFÁCIO DO EDITOR

Gary North

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          Com Paradise Restored[1], seu primeiro livro sobre escatologia, David Chilton inciou um reavivamento escatológico. Uma “revolução” seria uma palavra demasiadamente forte, porque o ponto de vista é antigo: Data da igreja primitiva. Porém, da noite para o dia, Paradise Restored, começou a influir nos lideres religiosos e eruditos que haviam acreditado que o tema bíblico para uma vitória cultural estava morto – e que era uma relíquia do século XIX.

          Agora vem The Days of Vengeance, uma exposição, versículo por versículo, de Apocalipse, o livro mais difícil da Bíblia. O que foi generalizado em  Paradise Restored, está agora apoiado por capítulos  e versículos. Este livro se converterá no novo livro de referência sobre o livro de Apocalipse. Incrivelmente, o estilo de Chilton é tão enérgico que poucos leitores notarão se que quer que o autor tem lançado um bomba erudita. O Mundo acadêmico cristão conservador ficará mudo; Chilton oferece um notável desafio exegético a aqueles que se aferram as escatologias tradicionais rivais, que eu classifico como pesi-milenismo.

          Este não é apenas mais outro enfadonho comentário sobre Apocalipse. E a ainda que fosse somente isso, seria um sucesso de grandes proporções, porque a publicação de qualquer comentário conservador sobre o Apocalipse, que creia na Bíblia, é um sucesso de grandes proporções. O comentário amilenista de William Hendriksen, More Than Conquerors, foi publicado em 1940, e seu tamanho é menos da metade deste, e não da mesma estrutura em termos de erudição bíblica. The Revelationo Of Jesus Christ, de John Walvoord, tem agora mais duas décadas, e também tem a metade do tamanho do comentário de Chilton. A despeito de toda a fascinação com a profecia bíblica no século XX, os comentários sobre este livro, o mais profético dos livros da Bíblia, são raros.

          Sempre tem sido raros. Poucos comentarista tem se atrevido a explicar o livro. Calvino ensinou acerca de todos os livros da Bíblia, salvo apenas um: Apocalipse. Martinho Lutero escreveu cinco volumes de material – um pouco mais que Calvino – porém não escreveu um livro sobre Apocalipse. Moses Stuart escreveu um comentário grande nos meados do século XIX, porém está esquecido hoje em dia. O livro de Apocalipse tem resistido a todos os intentos anteriores de desvelar seu segredo dos segredos. Agora David Chilton tem descoberto este segredo, esta chave que por muito tempo estava perdida, que revela o código. Esta chave por muito ignorada é o Antigo Testamento.

Os Antecedentes do Antigo Testamento

          “Muito engraçado”, pode ser o que você está dizendo a si mesmo. Pois, bem, adimito: É engraçado. Mas, não para se rir. O que Chilton faz é regressar mais uma vez ao Antigo Testamento para encontrar o sentido ao ponto de referência do Apóstolo João. Esta técnica funciona. É a única técnica que realmente funciona!

          Os que nunca tenham trabalhado pessoalmente com o Chilton não podem apreciar seu detalhado conhecimento da Bíblia, especialmente do Antigo Testamento. Eu o usei por dezenas de vezes como minha concordância pessoal. Ele trabalhava em uma oficina junto a minha. E eu gritava: “Ei, David! Tu sabes onde posso encontrar a passagem sobre....?” Dizia-lhe por cima do que se tratava a história bíblica, ou lhe mencionava algum versículo  isolado que me vinha na memória, e quase que instantaneamente me falava o capítulo. Podia ou não dar-me o versículo exato; de modo geral, estava dentro de três ou quatro versículos. Isso era sempre ou suficientemente próximo. Rara era a ocasião em que não podia indicá-lo; ainda assim, rebuscava em sua extensa biblioteca pessoa que o encontrasse. E jamais levou muito tempo para fazê-lo.

          Neste livro, ele tem tomado esta notável memória do Antigo Testamento, e a tem fundido com uma técnica interpretativa desenvolvida por James Jordam em seu livro Judges: God’s War Against Humanism (1985).[2]  Jordam trabalha com dezenas de símbolos do Antigo Testamento, que tem extraído das narrativas e descrições históricas do Tabernáculo e o Templo. Em seguida, aplica estes símbolos e modelos a outras história bíblicas paralelas, incluindo o relato do Novo Testamento sobre a vida de Cristo e a igreja primitiva. Ninguém faz isto melhor que Jordam, porém, Chiton tem logrado aplicar esta hermenêutica bíblica (princípios de interpretação) ao livro de Apocalipse de várias formas criativa. 

          Chilton não é o primeiro expositor que faz isto, como revelam as suas notas de rodapé e seus apêndices, mas é inquestionavelmente o que o fez da melhor forma, dentre os que tem produzido a igreja cristã, com respeito ao Livro de Apocalipse. Os relatos e símbolos antecedentes no Antigo Testamento dão sentido as passagens difíceis do Apocalipse. Chilton explica as muitas conexões entre a linguagem simbólica e as referências históricas entre o Antigo Testamento e o Novo. É precisamente aqui porque seu comentário é tão fácil de ser lido, apesar  da magnitude do que ele tem conquistado academicamente.

A peça que faltava: A estrutura do Pacto.

          No entanto, faltava uma peça no quebra-cabeça, e isto manteve o livro no computador de Chilton por um ano a mais. Esta peça que faltava foi identificada no outono de 1985 pelo pastor Ray Sutton. Sutton havia sofrido serias queimaduras em um acidente de cozinha, e a sua mobilidade havia estado drasticamente reduzida. Trabalhava em um manuscrito sobre o simbolismo dos sacramentos, quando lhe ocorreu uma conexão crucial. A conexão foi porporcionada pela professora do Seminário Westminster, Meredith G. Kline. Anos atrás, Sutton havia lido os estudos da professora Kline sobre os antigos tratados (reais) de senhorio do Antigo Oriente Próximo.[3]

          Os reis Pagãos celebravam pactos com seus vassalos. Kline havia assinalado que estes tratados eram paralelos com a estrutura do livro de Deuteronômio. Tinham cinco pontos: (1) uma identificação do rei; (2) os eventos históricos  que conduziam ao estabelecimento do pacto; (3) as estipulações (termos) do pacto; (4) uma advertência de juízo contra qualquer um que desobedecesse, porém uma promessa de benção para os que assim obedeciam; e (5) um sistema para reconfirmar o tratado à morte do rei ou do vassalo.

          Kline desenvolveu algumas implicações deste esquema do pacto. Sutton desenvolveu muito mais. Estes notáveis e pioneiros descobrimentos podem ser encontrados em seu livro That You May Prosper (1987).[4] Porém, mais importante, observou que esta estrutura de pacto de cinco pontos governa os Salmos, Oséias, Mateus, Hebreus 8, e várias epístolas de Paulo. O desenvolvimento minucioso da estrutura do pacto por parte de Sutton deve ser considerado, por si só, como o mais importante progresso teológico no movimento de reconstrução cristã desde a publicação das Institutes of Biblical Law, de R.J. Rushdoony, em 1973. Depois que Sutton assinalou esta estrutura pactual de cinco pontos, a reconheci nos Dez Mandamentos, justamente antes de terminar meu comentário econômico sobre os Dez Mandamentos.[5]

          Sutton apresentou sua descoberta em uma série de estudos bíblicos às quartas-feiras à noite. A primeira noite que Chilton o ouviu, ficou estupefato. Depois da mensagem, se aproximou de Sutton e disse-lhe que esta era claramente a chave da estrutura do Apocalipse. Havia tentado trabalha com um modelo de quatro pontos, e estava bloqueado completamente. Chilton voltou a trabalhar, e em poucas semanas havia reestruturado o manuscrito. Em alguns meses, havia terminado, depois de três anos e meio. (Tempo, de tempo a metade de um tempo)

A teologia Tyler

          Estou seguro de que Dias da Vingança será ridicularizado – por muitos grupos, por várias razões. A retórica brilhante de Chilton tornará arriscado este enfoque para os críticos que apresentaram suas opiniões, mas as murmurações e maledicências não publicadas se propagarão tão rapidamente. Chinton irá receber muito calor por suas incursões no simbolismo bíblico e seu argumento de que a estrutura de Apocalipse é a mesma que a de Deuteronômio. O que o leitor deve entender desde o início que estas duas posições, ainda que executada com grande destreza, derivam-se das obras de Kline, Jordan, e Sutton. Chilton não deveria ser indicado como uma espécie de dissidente teológico isolado que simplesmente inventou suas descobertas do nada – ou pior, em um quarto cheio com fumaça de cheiro estranho. Ele chegou a estas conclusões enquanto trabalhava com outros homens no que veio a ser conhecido como “o grupo Tyler”, localizado em Tyler, Texas, uma população de uns 75.000 habitantes é um bom exemplo do que tem vindo a ser conhecido como a “teologia  Tyler”. Esta teologia é parte de uma corrente maior de pensamento chamada Reconstrução Cristã, também chamada “teonomia”, ainda que alguns membros desta escola de pensamento prefiram evitar estes termos. O termo mais amplo é “Teologia do Domínio”.

          Há muitas pessoas que aderem à Teologia do Domínio que não são teonomistas, e há teonomistas que não são “tyleristas”. Na realidade, declaram a pleno pulmões que não são Tyleristas. Fazem de tudo para dizer as pessoas até que ponto não são tyleristas. Quase tem chegado ao ponto de não se difinerem e nem seus ministros como “não tyleristas”. (Existe uma cena no antigo filme de “Drácula” na que o professor faz cintilar um crucifico diante da Bela Lugosi, o qual  se afasta imediatamente para o lado e cobre o rosto com sua capa. Penso nesta cena toda vez que penso nestes homens que falam aos outros sobre Tyler. Algum dia, ainda vou ter o prazer de fazer um letreiro luminoso com a frase “Bem-Vindo a Tyler”, só para ver o que ocorre). Conheço vários deles, que poderiam estar dispostos algum dia a iniciar igrejas com nomes como “A Primeira Igreja Não Tylerista de...”. Conheço outro que pensa em seu grupo como “O primeiro estudo bíblico não Tylerista das 11:00 A.M aos domingos pela manhã”.

          Estes, portanto, não apreciarão o livro de Chilton.O culparão  de adotar ideias que tem sido distribuídas por toda a parte oriental do Texas. Ainda que de outro modo pudessem ter concordo com seus argumentos, estão infectados com um sério caso de NDA – “Não Descoberto Aqui” – uma enfermidade comum entre os intelectuais.

          Abreviando, é possível que ataquem Dias da Vingança, quando na realidade vão atrás de Jordan e Sutton. Os leitores deveriam ter cuidado com antecedência para esta possibilidade. Há neste livro mais do que parece.

          Duas coisas fazem com a teologia Tyler seja única no campo da reconstrução cristã: (1) sua grande ênfase sobre a igreja, com comunhão semanal (eucaristia todos os domingos – Nota do tradutor); (2) seu uso reiterado do modelo de pacto de cinco pontos. A teologia do Pacto, especialmente o Pacto da Igreja, não tem sito o foco principal nos escritos de alguns dos líderes não Tyleristas do Moviment ode Reconstrução Cristã. Falando teologicamente, os originais “quatro pontos do Reconstrucionismo Cristão” que Chilton e eu temos resumido – Providência (soberania de Deus), Pressuposicionalsimo bíblico (apologética de Van Til: a Bíblia é o ponto de partida e a corte final de apelação), Otimismo Esctológico (pós-milenismo), e a Lei Bíblica (Teonomia) – eram insuficientes. O quinto ponto, Aliancismo, e especificamente o modelo de cinto pontos de Sutton, foi acrescentado no final de 1985 para completar o esboço teológico.[6]

          Dias da Vingança tem haver especialmente com a estrutura do pacto no Apocalipse e o enfoque histórico de suas passagens de juízo. Se, como Chilton argumenta tão brilhantemente, estas passagens de condenação iminente e tristeza se relacionam com a queda de Jerusalém no Ano 70 d.C.; então não há forma legítima de construir uma defesa em favor de uma grande tribulação no futuro. Tem ficado muito atrás. Por conseqüência, o livro de Apocalipse não pode se usado legitimamente para reforçar a defesa em favor do pessimismo escatológico. Muitos leitores rejeitaram a tese de Chilton neste ponto. Os que levam a sério a Bíblia terminarão de lê-lo antes de rejeitar sua tese.

Pessimismo

          A vasta maioria dos cristãos tem acreditado que piorarão progressivamente em quase todas as áreas da vida até que Jesus regresse com seus anjos. Os pré-milenistas crêem que Jesus estabelecerá um reino terreno visível, com Cristo o cabeça e como o seu corpo presente. Os amilenistas não crêem em nenhum reino terreno visível antes do juízo final. Crêem que somente a igreja e as escolas e famílias cristãs representarão visivelmente o reino na terra, e que o mundo cairá mais e mais sob o domínio de Satanás.[7]Ambas as escatologias ensinam a derrota terrena da igreja de Cristo antes de seu regresso físico e com poder.

          Um problema com esta perspectiva é que, quando chegam as derrotas prediziveis, os cristãos tem um incentivo teológico para encolher os ombros e dizer a si mesmos: “Assim é a vida. Assim é como Deus profetizou que ocorreria. As coisas estão piorando”. Lêem sobejamente as manchetes dos jornais, e pensam com seus botões: “A Segunda Vinda de Cristo está às portas”. A fortaleza interior que as pessoas necessitam para se recuperarem das derrotas externas normais da vida é escavada por uma teologia que prega a inevitável derrota terrena da igreja de Jesus Cristo. A pessoa pensa para si mesma: “se nem a santa igreja de Deus pode triunfar, então, como eu posso eperar triunfar”? Por conseguinte, os cristãos se tornam em cativos psicológicos dos títulos pessimistas projetados para vender os periódicos.

          Começam com uma falsa suposição: a inevitável derrota na história da igreja de Cristo pelas forças terrenas de Satanás, apesar do fato de que Satanás foi mortalmente ferido no Calvário. Satanás não está “vivo e rodeando a terra”. Está vivo, mas não está nada bem. Argumentar em sentido contrário é argüir a favor da impotência histórica e a irrelevância da obra de Cristo no Calvário.

O reavivamento do Otimismo

          Ainda que as escatologias pessimistas tem sido populares durante um século, sempre tem havido uma teologia alternativa, uma teologia de domínio. Foi a fé reinante dos puritanos nessa primeira geração (1630-1660), quando começaram a subjugar o deserto da Nova Inglaterra. Foi também a fé compartilhada na época da revolução norteamericana. Começou a apagar-se sob o ataque do pensamento evolucionista darwiano na segunda metade do século dezenove. Desapareceu quase que por completo depois da Primeira Guerra Mundial, porém hoje em dia está regressando rapidamente. Os livros de Chilton sobre escatologia são agora o manifesto principal neste reavivamento do otimismo teológico.

          Na atualidade, o Movimento de Reconstrução Cristã tem recrutado alguns dos melhores e mais brilhantes escritores jovens dos Estados Unidos. Simultaneamente, uma grande mudança na perspectiva escatológica está ocorrendo pelo movimento carismático. Esta combinação de erudição rigorosa, disciplinada, enérgica, e orientada para o domínio, tem criado um grande desafio para o familiar, tradicional e velho protestantismo conservador, que é principalmente, guiado para o presente. Constitui o que poderia converter-se na mudança teológica mais importante na história dos Estados Unidos, não simplesmente neste século, mas na história do País. Espero que esta transformação seja visível para o ano 2000 – um ano de consideráveis especulações escatológicas. Se eu estou certo, e esta mudança tem lugar, Dias da Vingança será estudado pelos historiadores como a principal fonte documental durante os dois ou três séculos seguintes.

Produzir Novos Líderes:

A Chave da Sobrevivência.

        Posto que o pesi-milenialismo não pode oferecer aos estudantes uma esperança a longo prazo em seus futuros terrenos, ambas as visões tem perdido culturalmente por incompetência. Esta fuga de um compromisso cultural culminou durante os fatídicos anos de  1965-1971.

          Quando o mundo passou por uma revolução psicológica, cultural, e intelectual, onde estavam as respostas cristãs concretas e específicas para os problemas urgentes daquela era turbulenta? Nada de importante saiu dos seminários tradicionais. Foi como se seus membros da faculdade acreditavam que mundo jamais avançaria um ponto a mais das disputas dominantes em 1952. (Já em 1952, a maioria dos professores de seminário falava em murmúrios). Os líderes do cristianismo tradicional perderam a oportunidade de captar as melhores mentes de uma geração. Elas eram consideradas como desordenadas e confusas. Havia uma razão para isto. Eles estavam desordenados e confusos.

          Na década de 1970, somente dois grupos dentro da comunidade cristã se apresentaram diante do público cristão e anunciaram: “Temos as respostas bíblicas”.[8] Estavam em extremos opostos do espectro político: os teólogos da libertação na esquerda, e os reconstrucionistas cristãos na direita.[9] A batalha entre estes dois grupos tem se intensificado desde então. O Livro de Chilton, Productive Christians in an Age of Guilt-Manipulators (1981) [Cristãos Produtivos em uma Era de Manipuladores da Culpa ][10], é o único documento mais importante nesta confrontação teológica. Porém, do centro da confusão, não tem havido nenhuma resposta bíblica clara para nenhuma destas duas posições.

          O futuro do Pesi-milenialismo está ruindo. Ao intensificarem-se as crises sociais no mundo, e ao tornar-se evidente que o protestantismo conservador tradicional, todavia, não tem respostas efetivas, especificas, e funcionais para as crises de nossos dias, na opinião cristã provavelmente haverá um lugar para uma mudança drástica e na atualidade ao antes disso – um evento análogo ao colapso de um dique. Haverá uma revolução na forma que pensam milhões de cristãos conservadores. Logo haverá uma revolução no que fazem.

          Os teólogos da libertação não ganharão esta batalha pelas mentes dos cristãos. Haverá um retrocesso religioso contra a esquerda em uma escala jamais vista no ocidente desde a revolução bolchevique, e talvez desde a Revolução Francesa. Nesse ponto, somente um grupo possuirá em reserva disponível um corpo de recursos intelectuais adequado para conter a maré do humanismo: Os cristãos reconstrucionistas, queremos dizer, os que pregam o domínio, e ainda mais especificamente, os que pregam o domínio por meio do pacto. Com este fundamento intelectual, dada a existência das catastróficas condições culturais, econômicas, e políticas, assumiram a liderança do protestantismo conservador. Os líderes protestantes existentes suspeitam disto, e não gostam das implicações. No entanto, não estão dispostos nem são capazes de fazer o que é necessário para contrariar este acontecimento. Especificamente, não estão produzindo os recursos intelectuais para contrariar o que os Reconstrucionistas Cristãos estão produzindo. Em vez disso, falam em murmúrios. Esta tática falhará.



Silenciando aos Críticos

          Por mais de duas décadas, os críticos tem repreendido aos reconstrucionistas cristãos com este refrão: “vocês não tem produzido nenhuma exegese bíblica para provar sua posição em favor do otimismo escatológico”. Logo veio o livro Paradise Restored [O Paraíso Restaurado – em processo de tradução pelo CEP – nota do tradutor] em 1985. Um silencio mortal rodeou aos críticos anteriormente vociferantes. Agora chega Days of Vengance [ Dias da Vingança].

          O silêncio será agora ensurdecedor. Suspeito que poucos críticos replicarão por escrito, ainda que, se eles recusam responder, terão aceitado, portanto, como válido o boletim informativo do médico legista: morte por estrangulamento.

          Bem, possa ser que haja algumas revistas com resenhas escritas apressadamente em diários eruditos cristãos que não se lêem. O professor Lightner do Seminário de Dallas possivelmente escreva uma, como o folder de uma úncia página como escsreveu sobre O Paraíso Restaurado, no qual disse, de forma efetiva: “Vejam, este homem é Pós-milenista, e vocês devem entender que nós, aqui no Seminário de Dallas, não somos![11]

          Possa ser que haja umas poucas e breves observações pejorativas em livros populares de forma rústica sobre o insignificante e temporal reavivamento da teologia do domínio em grande escala. Porém, não haverá nenhuma tentativa com êxito por parte dos eruditos líderes de vários campos pesi-mileniaristas para responder a Chilton. Há uma razão para isto: Não podem responder de forma efetiva. Como dizemos em Tyler, simplesmente não tem os cavalos. Se estou errado sobre sua incapacidade teológica, então, veremos artigos longos e detalhados mostrando porque o livro de Chilton está completamente equivocado. Se não o vemos, podemos chegar sem perigo à conclusão de que nossos oponentes estão em sérios problemas. Para cobrir suas vergonhas, estarão tentados a oferecer o refrão familiar: “Não dignificaremos tais argumentos absurdos com uma réplica pública.” A saber, hastearão a bandeira branca intelectual.

          Os críticos de Chilton, contudo, terão um problema com este enfoque silencioso. O problema é o Professor Gordon Wenham, que escreveu o prólogo. Não há provavelmente nenhum comentarista do Antigo Testamento, crente na Bíblia, mais respeitado no mundo de fala inglesa. Seu comentário sobre Levítico estabelece um alto padrão intelectual. Se Gordon Wenham disse que Days of Vengeance vale apena ser considerado, então, deixar de considerá-lo seria um enorme erro tático da parte dos pesi-milenistas.

          Eu irei mais longe que Wenham. Este livro é um esforço marcador de limites, o mais excelente comentário sobre o Apocalipse na história da Igreja. Tem estabelecido o modelo por: (1) seu nível de erudição, (2) suas novas abordagens em cada página, e (3) sua legibilidade. Esta singular combinação – da qual quase não se ouve falar nos círculos acadêmicos – deixa a oposição intelectual quase indefesa. Possa ser que haja alguns especialistas acadêmicos que responderão competentemente a este ou a aquele ponto em Days of Vengeance, porém, seus ensaios técnicos não serão lidos amplamente, especialmente pelo pastor ou leigo mediano. Pode ser que haja também um ou dois teólogos que tentem responder extensamente (ainda que eu duvido disso), mas suas confusas exposições lhes ganhariam poucos ou novos seguidores. (Tenho em mente um erudito amilenista em particular que é conhecido por suas singulares penetrações no simbolismo bíblico, porém cujos escritos comunicam suas ideias com a clareza de um quebra-cabeça mental do Zen Budista ou as conferências de Alexander Haig).

          Principalmente, se enfrentam o problema táctico de chamar a atenção sobre este livro dentro das hermeticamente filas seladas de seus seguidores. Se seus seguidores algum vez se sentarem e ler The Days of Vengeance , o Reconstrucionismo cristão se exaltará como os melhores e mais brilhantes dentre eles. Por quê? Porque a esperança terrena é mais fácil de vender que a derrota terrena, pelos menos os que não estão contentem em aceitar sua condição como perdedores históricos. Hoje em dia, muitos cristãos estão cansados de perder. Ainda que signifique começar a assumir sua responsabilidade – e  isso é o que precisamente significa teologia do domínio – um crescente grupo de cristãos brilhantes e jovens estão dispostos a pagar este preço para deixar de perder. Por conseguinte, qualquer discussão extensa deste livro se converte em um dispositivo de recrutamento para o Reconstrucionismo crisão. Demasiadamente leitores brilhantes e jovens serão alertados à existência da teologia do domínio. Nossos opositores sabem isto, assim que eu não espero ver ninguém esforço sistemático para refutar a Chilton sobre escatologia, mas do que temos visto um esforço  da dimensão de um livro para refutar o livro de Greg Bahnsen, Theonomy in Christian Ethics (1977)[12] o Institutes of Biblical Law (1973), de R.J. Rushdoony[13].

          Os críticos potenciais tem havido por muito tempo; mas não tem apresentado respostas definitivas. Creio que a razão é que o argumento da Bíblia para a continuação do modelo da lei bíblica é demasiadamente forte. Nossos oponentes prefeririam que permanecêssemos em silencio e deixássemos de fazer estas difíceis pergunta éticas. Nossos oponente estão embaraçados em um dilema de grandes proporções. Se continuam sem responder, seu silêncio converte-se em uma admissão pública de derrota intelectual. Se respondem, temos uma oportunidade para replicar – e é nas réplicas onde sempre se anotam os pontos em um debate acadêmico. Quando você deixa de responder efetivamente as replicas, perde o debate. Nossos oponentes entendem as regras do jogo acadêmico. Não iniciam a confrontação. Ao mesmo tempo, necessitam de nossas penetrações para encontrar sentido pelo menos em certas partes da Bíblia. Tenho visto copias das Institutas de Rushdoony a venda na livraria do Seminário Teológico de Dallas. Precisam das penetrações dele sobre a lei bíblica, porém não podem manejar a teologia que subjaz em seu livro. Simplesmente o descartam como algo que de alguma forma não tem importância em tais pontos da disputa. Fazem como se ele não tivesse apresentado nenhum desafio monumental para a ética dispensacional.[14]  Fazem como que podem usar com êxito seu livro como uma espécie de obra neutra de referência sobre as leis de casos no Antigo Testamento, e também de alguma maneira evitar perde seus mais vigorosos estudante para o movimento de reconstrução cristã. A carreira do Pastor Ray Sutton (Graduado do Seminário Teológico de Dallas) indica que tem cometido um erro.

          Em um ensaio escrito em estilo popular para um auditório não cristão , dois autores fundamentalistas, eles não levam a sério seus pontos de vistas sobre o reino. Quando suas escolas cristãs são levadas aos tribunais por algum arrogante procurador geral estatal. Isto tem ocorrido deste os medados década de 1970. Necessitam. Sabem que o necessitam. E contudo, seus dois críticos fundamentalistas seguiram dizendo que apensa há algum no mundo que leve a sério seus pontos de vista sobre o reino. “por fortuna, podemos dizer com confiança que ele representa um grupo muito pequeno, absolutamente sem nenhuma oportunidade de cumprir sua agenda”.[15]

          Em termos de números, estavam certo: O movimento de Reconstrução Cristã é pequeno. Em termos de jovens que podem escrever e falar e ainda ocupar posições de liderança, os dois autores estavam assobiando ao lado de cemitério – o de seu próprio movimento. Se os tradicionais dirigentes fundamentalistas pesi-milenialistas tiveram realmente as respostas acadêmicas para os atuais problemas na vida social, econômica, e política, não estariam bebendo da fonte do Reconstrucionismo Cristão. Porém eles estão. Não tem outro lugar para onde ir.

          Eu não espero ver Os Dias da Vingança  a venda na livraria do Seminário Teológico de Dallas. Não espero vê-lo em nenhuma lista de leitura recomendada em nenhum seminário dispensacionalista tradicional. Se este livro circula amplamente entre os membros da seguinte geração de pastores dispensacionalista, haverá uma forte ruptura na liderança dentro do dispensacionalismo.

          Os melhores e os mais brilhantes estarão ausentes. Se os estudantes do Seminário de Dallas o lêem, e também lêem Paradise Restored, os professores de Dallas serão submetidos a fortes perguntas, como nunca as tenham ouvido desde que essa escola foi fundada. (Se os estudantes também lerem That You May Prosper, de Sutton, a faculdade terá em suas mãos uma revolução teológica). A faculdade não está as portas de conseguir este tipo de problema a curto prazo, ainda que a larga conspiração do silêncio vá custar caro ao dispensacionalismo.

          Provavelmente, estes livros não serão vendido também no Grace Theological Seminary. E, somente para perseverança, permita-me prognosticar que vocês não verão os livros de Chilton recomendados nos seminários não dispensacionalista também, pela mesmas razões: São profundamente quentes para manejá-los.

          Serei perfeitamente claro: se os membros da faculdade de qualquer instituição que se chame a si mesma seminário teológico crente na Bíblia não podem correr o  risco de assinalar a seus próprios graduados Paradise Restored, de Chilton, That You May Prosper, de Sutton, e By This Standard, de Bahnsen – três livros curtos, de fácil leitura, e com o mínimo de notas de rodapé – porque temem perturbar o pensamento de seus estudantes, ou porque eles mesmos não estão listados para proporcionar respostas para as inevitáveis perguntas de seus estudantes, então essa faculdade tem içado a bandeira branca aos reconstrucionistas cristãos. Significa que os reconstrucionista tem ganhado a batalha teológica. 

          Já estamos tirando alguns de seus jovens mais brilhantes, e o estamos fazendo de maneira regular. Eles lêem nossos livros secretamente, e estão esperando que seus instrutores digam algo em resposta. Seus instrutores estão se escondendo. Estão ocupados no jogo infantil de “façamos como se”. Façamos como se estes livros jamais tivessem sido publicados. Façamos como se eles não estivessem levando nossos estudantes mais brilhantes. Façamos como se esta maré de boletins de Tyler, não existisse. Façamos como se o reconstrucionismo cristão fosse algo que logo irá desaparecer. Façamos como se alguém pudesse escrever um livro que lhe conteste, este livro será publicado no inicio do próximo ano”. Esta estratégia tem dado um resultado contrário em todo o país. Os reconstrucionistas cristãos possuem as listas do correio que  provam . Quando os professores do seminário jogam um gigantesco julgo “façamos como se”, é só questão de tempo.

          Fracamente, é altamente duvidoso que o membro mediano da faculdade do típico seminário, crente na Bíblia está alistado para nomear aos adolescentes meu pequeno livro rústico 75 Bible Questions Your Instructors Pray You Won’t Ask (1984) [75 Perguntas Bíblicas que seus instrutores rogam para que vocês não lhes façam].[16]  Isto é pelo que eu estou seguro de que o prevalecente conservadorismo teológico está a ponto de ser eliminado. As faculdades de seminário que necessitam estar na ofensiva contra uma civilização humanista não são capazes nem sequer de defender suas próprias posições de livros cristãos rústicos e baratos, imagina substituir uma ordem humanista bem atrincheirada.

          O direi tão francamente como me é possível: Nossos oponentes escatológicos que nos atacarão por meio da letra impressa, exceto em raras ocasiões. Sabem que lhes responderemos do mesmo modo, e que nesse ponto estarão sufocados. Eles querem evitar esta situação arriscada a qualquer preço – ainda veem seus jovens mais brilhantes unir-se ao movimento de Reconstrução Cristã. Em frente, nós ganhamos, eu insisto novamente, nós ganhamos.

Tradicionalista Indefesos.

          Se qualquer movimento se vê sendo confrontado por oponentes zelosos que estão montando uma campanha em grande escala, é sucida sentar-se e não fazer nada. É quase igualmente suicida fazer algo estúpido. O que sucede geralmente acontece é que os lideres de movimentos comdos, complacentes, e intelectualmente confortáveis não fazem nada por um longo tempo, e prontamente, cheios de pânico, saem apressadamente e fazem uma série de coisas estúpidas, começando com a publicação de artigos ou livros que são visivelmente ineficazes aos olhos dos homens mais jovens que de outro modo se converteriam nos futuros lideres do movimento.

          A tática mais importante que os líderes existentes podem adotar é um programa para convencer aos futuros líderes do movimento de que este tem a visão, o programa, e os primeiros príncipios para derrotar todos os seus inimigos. Por ser convicente, esta tática requer evidência de superioridade. Na atualidade, essa evidência está ausente nos grupos pesi-milenista tradicionais.

          Começam com a pressuposição de que Deus n]ao tem dada a sua igreja a visão, o programa, e os primeiros princípios para derrotar os inimigos de Deus, ainda com a vitória de Cristo sobre Satanás no Calvário como o fundamento do ministério da igreja.

          Os pesi-milenistas tradicionais tem lançado um chamado estrondeante: “Venham e unam-se a nós, que somos perdedores históricos”. Tem construído suas instituições atraindo pessoas que estão contentes em continuar sendo perdedores históricos (antes da segunda vinda). Entenda-se que estou falando do pessi-milenismo tradicional. Ao mudar o clima da opinião cristã, sabemos que estão aprecendo pré-milenistas e amilenista mais jovens, mais vigorosos, e orientados para a ação. Isto continuará. Eles insistem em podem ser otimistas do reino e ativistas sociais, também. Instem e ser chamados de membros do movimento da teologia do domínio. Eu não vejo nenhuma evidência de tem estado dispostos a publicar seus pontos de vista sobre como suas escatologias são conformáveis ao otimismo terreno, da “Era da Igreja”, porém, me alegro de vê-los subir a bordo do bom barco do Domínio. Contudo, o que tenho que assinalar é que nenhum otimismo como esse é visível em todos os seminários e nas como também nas grandes casas publicadoras. Os pessimistas tradicionais administram estas instituições. Isto, eventualmente, irá mudar, mas provavelmente necessitarão de décadas.

          O otimismo escatológico é o primeiro passo na viajem de muitas pessoas até a teologia do domínio. É por esta razão que os líderes com pontos de vistas mais tradicionais estão tão alterados. Reconhecem que esse é o primeiro passo: o fim do caminho para o pessi-milenismo.

Dispensacionlismo.

        O que a maioria das pessoas não compreendem é que não tem existido um comentário dispensacionalista de grande importância sobre o Apocalipse desde The Revelation of Jesus Christ, de John Walvoord, que foi publicado em 1966 por Moody Press e reimpresso repetidamente. Ainda mais significativamente, não havia um comentário dispensacionalista  de importância sobre o Apocalipse antes do livro de Walvoord. Entandamo-nos. O comentário de Walvoord paraceu 96 anos antes depois de Jesus Is Coming, de W.E.B., o livro que lançõu a fase popular do dispensacionalismo nos Estados Unidos. Apareceu mais de meio século depois da Schofield Reference Bible (1909).

          Resumindo, a exegese que se supõe como prova ao argumento a favor do dispensacionalismo chegou a rachar ao longo da história do movimento dispensacionalista, justamente no tempo em que R.J. Rushdoony fez ao publicar seus primeiros livros sociais e orientados para a lei. Os dispensacionalistas podiam mostrar só um punhado de livros com títulos como Lectures on Revelation ou Notes on Revelation. Para abreviar, pedaços de Apocalipse, porém nada definitivo – não depois de mais de um século de dispensacionalismo pré-milenista. A Bibliografia no livro de Walvoord lista um pequeno número de comentários explicitamente dispensacionalistas sobre o livro da Bíblia, a cima de todos os demais, nós esperaríamos que os dispensacionalistas houvessem dominado, verso por verso.

          Qualquer que seja a conclusão a que cheguemos sobre a história do dispensacionalismo, sua ampla popularidade teve muito pouco haver com qualquer exposição sistemática do livro que os dispensacionalistas afirmam ser o livro mais cheio de profecias da Bíblia. De fato, o dispensacionalista mediano provavelmente não possui, nem tenha lido, e nunca tem ouvido falar, de um só comentário dispensacionalista sobre o livro de Apocalipse. Ademais, é duvidoso que seu pastor conheça algum, a parte do de Walvoord, que é menos que a metade do de Chilton.

          Em contraste, a publicação dos livros de Chilton sobre escatologia, junto com Thy Kindom Come (1970), é o livro muito menos exegético de Rushdoony, nas primeiras etapas do movimento de reconstrução cristã põe a exegese fundacional ao principio de onde corresponde. Agora temos o respaldo da obra exegética básica. Os dois primeiros livros escatológicos de Chilton são sementes, não definitivos. Se não continuam construindo, então o movimento está morto. Qualquer movimento que se especialize em reimprimir “clássicos” e não produza novo material que abra novos caminhos está morto. Nossos opositores aprenderão de imediato que este movimento não está morto. Temos apenas começado a publicar.

          O Ponto é que é mais importante lançar o fundamento logo cedo se nos propomos a construir a civilização. Isto é o que os dispensacionalistas não fizeram, de 1830-1966, talvez porque nunca se propuseram a mudar a civilização. Só se propunham a escapar do que consideravam como as características mais desagradáveis da civilização moderna, coisas tais como o licor, o cinema, e os bailes sociais. (Eu disse freqüentemente que se os anti-aborteiros difundissem o um     rumor que o aborteiro local deu um copo de cerveja a cada mulher o acalmar os nervos depois do aborto, a metade desses,    fundamentalista da cidade estariam nas linhas dos demonstradores na frente do seu escritório em uma semana)

O Amilenismo

          Os protestantes amilenistas, que são principalmente membros de igrejas holandesas ou luteranas, ou igrejas influenciadas pela teologia européia continental, tem uma tradição acadêmica muito mais forte. Esta tradição se remonta até Agostinho. Chilton extrai material destas tradições amilenistas ao explicar as imagens bíblicas. No entanto, Chilton tem demonstrado que estas imagens podem se entender dentro de um marco de progresso cristão histórico muito maior que dentre de um marco que supõe uma crescente derrota histórica nas mãos dos violadores do pacto.

          A mensagem fundamental da escatologia bíblica é a vitória, no tempo e na terra (isto é, na história) – uma vitória que abarca tudo, não simplesmente uma espécie de vitória pscologicamente interna, de “sorrisos em nossos rostos, e alegria em nossos corações”. De forma suscinta, Chilton usa efetivamente as contribuições eruditas deles, porém nem por isso se torna dependente das pressuposições escatológicas subjacentes deles. (Novamente, tenho em mente um teólogo anônimo anteriormente mencionado, cuja resposta a tudo isto é facilmente previsível: muito mais silencio imóvel. A discrição é a melhor parte do valor. Foi refutado completamente por outro reconstrucionista sobre um tema relacionado, assim que é compreensível que ele seja um pouco mais cauteloso).

          O fato é que as igreja amilenistas não se distinguem por sus programas de evangelismo. Os que usam os materiais de explosão evangelística da Igreja Presbiteriana do Coral Ridge são exceções a esta regra). Estas igrejas não tem saído para a arena teológica, desfiando os humanistas, e a ninguém mais. Os membros vem as suas igrejas como um sistema de apoio como fortalezas defensiva ou como portos na tempestade cultural. Simplesmente, estas igrejas não estão na ofensiva. Não esperam conseguir nada culturalmente. Tampouco esperam ver uma onda de conversos. Provavelmente, não perderão muitas pessoas para o Reconstrucionismo Cristão em futuro próximo. A lenta erosão até o liberalismo, o modernismo, e para a teologia da libertação continuará molestando-os, como aconteceu no passado, mas não haverás deserções de importância. Continuarão sendo postos de avançada batalha espirituais e defensivos na metade de um momento decisivo na história mundial.  

O Pré-milenismo Histórico

          Não existe nenhum pré-milenismo histórico (não dispensacional) institucionalmente falando. Os pré-milenistas históricos estão espalhados nas igrejas dominadas ora pelos pré-milenistas dispensacionalistas ou amilenistas. O seminário teológico do pacto se existe, mas seus graduados são absorvidos eclesiasticamente por igrejas dirigidas por amilenistas. O pré-milenismo histórico não tem sido uma força teológica a parte neste século.

Conclusão

          David Chilton nos tem proporcionado uma obra mestra. Tem composto um epitáfio: Pesi-milenismo. 71 d.C – 1987 d.C. “pregamos a derrota, e obtivemos!” - Eu estou lançando a luva aos oponentes do movimento Cristão de Reconstrução. Estou desafiando a todos, e o estou fazendo de forma inteligente: “Que guerreiem vocês e Chilton”. Também pelejem “vocês e Bahsen”. Se alguém desejar guerrear comigo, ligarei meu computador e dispararei meu melhor tiro, mas eu sou um tipo muito doce e inofensivo que não espero que ninguém perca seu tempo tratando de derrotar-me. Porém é melhor que alguém em cada um dos campos pesi-milenaristas rivais comecem a produzir respostas para o que os Reconstrucionistas Cristãos já tem escrito. Especificamente, é melhor que alguém esteja preparado para escrever um comentário sobre o Apocalipse melhor que Os Dias da Vingança. Sinto-me confiado que ninguém poderá fazê-lo.

          Deste momento em diante, só haverá três classes de comentário sobre o livro de Apocalipse:

(1)  Os que tratam de expandir o de Chilton

(2)  Os que tratam de refutar o de Chilton

(3)  Os que fazem como se não existisse nenhum comentário de Chilton.

Tyler, Texas

17 de Dezembro de 1986.



[1] CHILTON, David. Paradise Restored: A Biblical Theology of Dominion (Ft. Worth: Dominion Press, 1985)
[2] Tyler, Texas; Geneva Ministries, 1985.
[3] KLINE, Treaty of the Great King (Grand Rapids: Eerdmans, 1963); Impresso novamente em seu livro posterior, The Structure of Biblical Authority(Grand Rapids; Eardmans, 1972).
[4] SUTTON, Ray R. That You May Prosper: Dominion By Covernt (Tyler, Texas: Institute for Christian Economics,1987).
[5] NORTH, Gary. The Sinai Strategy: Economics and Tem Commandments (Tyler, Texas: Inistitute for Christian Economics, 1986).
[6] NORTH, Gary & CHILTON, David. “Apologétics and Strategy”, Christianity and Civilization, 3 (1993), pp.107-116.
[7] NORTH, Gary. Dominion and Common Grace (Tyler, Texas: Institute for Christian Economics,1987), especialmente o capítulo 5.
[8] Desde o ano de 1965, Francis A. Shaeffer havia anunciado que a civilização humanista é um casão vazio, e que não tem futuro terreno. Repetida várias vezes que o cristianismo tinha as perguntas que o humanismo não podia contestar. O problema era que, como pré-milenista calvinista, ele não acreditava que nenhuma resposta especificamente cristã jamais poderia implantar-se antes da segunda vinda de Cristo. Não dedicou muito espaço em seus livros  a proporcionar respostas cristãs específicas para as perguntas cristãs que ele suscitou para desafiar a civilização humanista. Fez excelentes perguntas culturais; ofereceu poucas respostas especificamente cristãs. Havia razões para isto: Chilton e North, Op.Cit.
[9] Nos cículos altamente restringidos do calvinismo amilenista, apareceu um movimento de curta duração dos erutidos holandeses na América do Norte em 1965-1975, a escola da “Idéia cosmonômica”, também conhecida como a escola dos neo-Dooyeweerdianos, chamados assim em homenagem de Herman Dooyeweed, o erudito legal e filosofo holandês. Causaram pouca impressão fora da comunidade holandesa na América do Norte, e desde então tem desaparecido na obscuridade. Nos meados da década de 1960, seus precursores haviam sido mais conservadores, porém depois de 1965, a grande maioria deles converteram-se em companheiros de viagens ideológicas dos teólogos da libertação. Não puderam competir com o radicalismo de linha dura representado por Sojourners e The Other Side, e se desvaneceram.
[10] CHILTON, David. Productive Christians in na Age of Guilt-Manipulators: A Biblical Response to Ronald J. Sider (4ªedic.; Tyler, Texas: Institute for Christian Economics, 1986)
[11] Bibliotheca Sacra (Abril-Junho 1986)
[12] 2ª edição. Publicada por Presbyterian and Reformed, Phillipsburg, New Jersey.
[13] Nutley, New Jersey: Craig Press, 1973.
[14] A única tentativa das dimensões de um livro de qualquer erudito dispensacionalista para refutar aos teonomistas é uma dissertação de dotorado publicada no Seminário Teológico de Dallas: Hermineutical Prolegomena to Premillenial Social Ethics (1982), de Ramesh Paul Richard. Não publicado, e nem está revisado. Se compreende o porquê: é um título terrível. Pior ainda, a dissertação cede terreno de sobra para os teonomistas. Isto indica a crise que enfrenta o dispensacionalismo na atualidade.
[15] DOBSON, Ed. & Hindson, Ed. “Apocalypse Now?Policy revivew (Oct.1986), p.20.
[16] Publicado por Spurgeon Press. P.O.Box 7999, Tyler, Texas 75711.