domingo, 21 de agosto de 2011

DO LIVRE-ARBÍTRIO - PRIMEIRA PARTE.

IGREJA PRESBITERIANA EM SÃO RAIMUNDO NONATO – PI.
Estudos na Confissão de Fé de Westminster.
Capítulo 09: Do Livre-Arbítrio.
Professor: Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Introdução:
         As igrejas de modo geral tem ensinado uma doutrina chamada de “Livre-arbítrio”, e o sentido aplicado a este termo é que o homem pode por livre e espontânea vontade, sem influências, decidir se quer ou não ir para o céu. O poder da salvação em última instância está na vontade do pecador. Todavia, será que a Bíblia ensina isto? O que podemos aprender sobre este tema nas Sagradas Escrituras e na Confissão de Fé de Westminster? Vejamos:
I – DEUS CRIOU O HOMEM COM O PODER DE DECISÃO EM OBEDECÊ-LO OU NÃO.
         A nossa Confissão de Fé declara o seguinte:
I. Deus dotou a vontade do homem de tal liberdade, que ele nem é forçado para o bem ou para o mal, nem a isso é determinado por qualquer necessidade absoluta da sua natureza.
         Existe uma tendência de ser ler esta declaração da Confissão e pressupor que aqui esta se falando do chamado livre-arbítrio; todavia, o que a Confissão reconhece é que Deus dotou a vontade do homem de uma liberdade para obedecer a sua lei.
         Ou seja, o projeto de Deus para o homem é a obediência a sua vontade revelada. Isso é pressuposto por textos Bíblicos como Tiago 1.14 – onde somos informados que o homem prática o mal não porque é impelido por uma força externa, mas porque ele em sua natureza assim deseja, e assim o quer, e isto de forma voluntária.
         Este homem tem a capacidade obedecer ou não a Deus porque ele é um ser moral conforme aprendemos no texto de Deuteronômio 30.19; ora, neste texto não está se provando a doutrina do livre-arbítrio, mas mostrando que o homem tem [quando vivendo na relação pactual com Deus]  o poder de obedecer ou não a Deus, todavia, vemos Deus dizendo “escolhes, pois a vida” – ou seja, escolham me obedecer! Pois, somente Deus é a vida do povo pactual. Então, este é o primeiro pressuposto de nossa Confissão de Fé. O homem como ser moral pode obedecer ou não a Deus, mas isso não quer dizer que ele tem livre-arbítrio.
         A Confissão de Fé Prossegue:
II. O homem, em seu estado de inocência, tinha a liberdade e o poder de querer e fazer aquilo que é bom e agradável a Deus, mas mudavelmente, de sorte que pudesse decair dessa liberdade e poder.
         Agora a Confissão de Fé aprofunda a questão. Ela nos mostra que o homem quando foi criado, este foi criado em um estado de inocência original, e tinha liberdade e pode de querer e fazer aquilo que é bom e agradável a Deus. Esta é a chave para se entender a declaração dos teólogos de Westminster.
         O homem antes da queda tinha a liberdade e poder de fazer algo agradável a Deus; ou seja, este homem podia positivamente obedecer a Deus e fazer aquilo que Deus aceitava, pois, não estava manchado pelo pecado, não havia corrupção na natureza deste homem. É exatamente isso que pressupõe o texto de Gênesis 2.17. Ora, este homem tinha plena comunhão com Deus, pois, Deus vinha comunicar-se com este pela viração do dia conforme aprendemos em Gênesis 3.8.
         Na segunda parte da declaração da Confissão de Fé nos traz uma alerta, nos informa que este homem que fora criado poderia cair deste estado no qual foi criado. “mas mudavelmente, de sorte que pudesse decair dessa liberdade e poder.” Em outras palavras, este homem poderia perder essa capacidade de obedecer a Deus de forma que tornasse o criador agradável. É exatamente isto que acontece com o homem quando ele cai em pecado.
         Primeiro este homem procura destronar Deus conforme lemos em Genesis 3.5 – a ênfase está no fato de que Adão e sua esposa almejavam ser iguais a Deus. Este é o pecado da rebelião contra o Governador de todo o Universo. O seu segundo pecado foi a transferência de culpa do homem primeiro ao seu criador e depois para sua esposa conforme Gênesis 3.12-13.
         A Bíblia mostra que este homem que caiu do estado de graça fora criado íntegro, todavia, se desviou do propósito para qual foi criado conforme vemos em Eclesiastes 7.29. Ou seja, o homem decidiu ficar contra o seu criador. Este é o ponto que nós queremos ressaltar é que este homem foi criado com a capacidade de obedecer a Deus e realizar aquilo que é agradável a Deus, todavia, ele pecou contra Deus e sofreu conseqüências sérias.
II – A QUEDA ANULOU O PODER DE VONTADE DO HOMEM QUANTO A QUALQUER BEM ESPIRITUAL.
         Na terceira seção de nossa Confissão de Fé aprendemos o seguinte:
III. O homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu próprio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso.
         A badalada doutrina do livre-arbítrio aqui é confrontada e destruída na declaração de nossa fé. Ora, o ensino que esta seção nos apresenta é singular. Adão caiu no estado de pecado, e o que ocorreu com ele? Ele perdeu completamente.
         Isso precisa ser ressaltado. Pois, aqui estamos lidando com uma das proposições básicas para combater algumas práticas de nosso tempo. Estas práticas estão tomando forma e ocultado o verdadeiro ensino da Palavra de Deus, como o sistema do apelo.
         Veja o homem perdeu completamente o poder de vontade para fazer algum bem espiritual que possa acompanhar a salvação. O homem não tem esse poder mais de agradar a Deus. Em Romanos 5.6-8 somos alertados por Paulo que o homem em pecado está em profunda inimizada com Deus.
         Isto é ressaltado aqui na Confissão de Fé ao nos mostrar que este homem é inteiramente “adverso a todo bem e morto em pecado” termos fortes! O homem natural é inimigo do bem. O texto de Romanos 3.9-18 nos mostra esta realidade; e, ainda Paulo em Efésios nos diz que este homem é espiritualmente morto – Efésios 2.1-3.
         Esta morte espiritual é retratada também em Colossences  2.13. A igreja passou da morte para a vida (João 5.24-25), mas esta nova esfera da Igreja serve para ressaltar onde ela estava antes de Conhecer Cristo, ou seja, estava em uma sepultura espiritual.
         Há nesta declaração da Confissão de Fé que nos alerta para algo importante. A Confissão reconhece que o homem não regenerado “é incapaz de, pelo seu próprio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso.”
         Ouvimos descrentes quando eles são desafiados pelo evangelho dizer: “há não me sinto preparado, vou precisar me preparar para que possa me converter”. Mas isso é impossível ao ímpio. Ele não pode nem mesmo se preparar para isso – para a conversão.
         Só podem ser alvos da graça aqueles que são chamados pelo Pai (João 6.44,65)o homem somente pode ser convertido pela vontade de Deus. Este homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus 1 Corintios 2.14. E eles só podem sair deste estado de total depravação, de total escravidão se for por meio do lavar “renovador e regenerador do Espírito Santo” (Tito 3.3-5)

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