domingo, 26 de agosto de 2012

ELEIÇÃO INCONDICIONAL



Eleição Incondicional
Rev. João Ricardo Ferreira de França.
E não ela somente, mas também Rebeca, ao conceber de um só, Isaque, nosso pai.  E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama),  já fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú. (Romanos 9.10-13)
         Olhando para o nosso texto percebemos como este ensino está ausente na vida da igreja de nosso tempo. A palavra Eleição ou  Predestinação tem assustado muitos crentes.
I – Definição da Doutrina:
         Este é o segundo ponto do calvinismo. O ensino pode ser resumido da forma como segue: Deus antes que o mundo fosse criado, livre e imutavelmente decretou tudo o que acontece, e assim, escolheu uns para a vida eterna e outros para a morte eterna.
1.1 – No Antigo Testamento:
         O ensino da Palavra de Deus é que ele nos tem escolhido para a vida de forma livre e imutável. Deus escolheu a Abrão: “Tu és o SENHOR, o Deus que elegeste Abrão, e o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão.” (Neemias 9.7). Israel é retratado como um povo escolhido: “Porque tu és povo santo ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra.” (Deuteronômio.7.6) o salmista nos lebre que feliz é a nação eleita pelo Senhor: “Feliz a nação cujo Deus é o SENHOR, e o povo que ele escolheu para sua herança.” (Salmos 33.12) e o profeta messiânico nos traz a mesma tônica:
Mas tu, ó Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo,  tu, a quem tomei das extremidades da terra, e chamei dos seus cantos mais remotos, e a quem disse: Tu és o meu servo, eu te escolhi e não te rejeitei, não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel. (Isaías 41.8-10).
1.2 – No Novo Testamento
         Mas alguém poderá dizer, sim to vendo tudo isso, mas o senhor está citando apenas o Antigo Testamento  - sou um crente do Novo Testamento - então, vejamos o que diz o Novo Testamento sobre esta doutrina.
1.2.1 – Nos Ensinos do Apóstolo São Paulo:
 Em Romanos 8.33 somos informados que ninguém pode acusar os eleitos de Deus; ou seja, o Senhor possui um povo que ele chama de eleitos, e no contexto da carta Paulo está falando dos crentes. É uma eleição baseada na graça de Deus (Romanos 11.5) isso não tem nada haver com obras humanas, somente com graça de Deus.

          De forma gigantesca o apóstolo nos fala dessa doutrina de forma muito clara em Efésios 1.4-11:
4 assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor  5 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,  6 para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado,  7 no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça,  8 que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência,  9 desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo,  10 de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra;  11 nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade,”
         Fomos eleitos, predestinados, escolhidos em Cristo Jesus e tudo antes da fundação do mundo.

1.2.2 – No Ensino do Senhor Jesus Cristo

         Será que existe texto mais claro do que este? Claro como este é difícil. Ops! Pode parar por ai - diz alguém -  “O senhor está citando somente Paulo; ora, o meu compromisso é com o que Cristo ensina, pois o que ele diz é  mais importante”. Ora, todos nós sabemos que  o ensino de Paulo é PALAVRA DE DEUS porque se não fosse não estaria na Bíblia. Todavia, já que se mencionou Cristo vamos ver o que o nosso mestre nos ensinou sobre esta doutrina.
         Ele mostra de forma clara que  não fomos nós quem o escolhemos, mas o contrário ele nos escolheu: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.” (João 15.16). Ora, o Senhor Jesus Cristo tem nos ensinado que existe uma eleição que ele realiza.
         Outro texto que nos mostra o ensino de Cristo sobre a eleição é aquele onde diz que havia muitas viúvas no tempo de Elias, mas somente a uma ele foi enviado;  e, de igual modo havia vários leprosos em Israel, mas somente um foi curado por intermédio do profeta:
Na verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel no tempo de Elias, quando o céu se fechou por três anos e seis meses, reinando grande fome em toda a terra;  e a nenhuma delas foi Elias enviado, senão a uma viúva de Sarepta de Sidom.  Havia também muitos leprosos em Israel nos dias do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro. (Lucas 4.25-27)
e a atitude dos judeus foi o de tentar matar a Cristo por causa dessa doutrina: “Todos na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira.  E, levantando-se, expulsaram-no da cidade e o levaram até ao cimo do monte sobre o qual estava edificada, para, de lá, o precipitarem abaixo.  Jesus, porém, passando por entre eles, retirou-se.” (Lucas 4.28-30).

II – NÃO É UMA ELEIÇÃO BASEADA NA PRESCIÊNCIA/ PRÉ-CONHECIMENTO DE DEUS
         Mas alguém dirá, “é Pastor eu acredito na predestinação e na eleição, mas porque Deus sabia o que iria acontecer, ele sabia que eu ira me arrepender e, então, me escolheu!”. Será que é isto que a Bíblia ensina?  O grande problema é que o Senhor Jesus nos ensina que a cidade de Tiro e Sidom  poderiam está de pé ainda hoje, porque Deus previu arrependimento e fé na vida deles, mas Deus não enviou ninguém lá para pregar o evangelho a estas duas cidades (Mateus 11.21-24), então, essa objeção e essa eleição com base no pré-conhecimento não se sustenta. Alguns apelam para 1 Pedro 1.1-2 - todavia, a palavra presciência no texto grego significa conhecer de modo íntimo e pessoal, ou seja, o texto mostra que Deus conhece pessoas e não ações.
III –  A Doutrina da Eleição visa Promover a Santidade e não o pecado.
         Mas, ainda existe outra objeção, alguns dizem que nós ensinamos uma eleição/ predestinação como se nós pudéssemos viver uma vida de pecado, ora, porque se já somos predestinados não precisamos se preocupar com a vida santa, isso é uma mentira! Não ensinamos isso, pois, a Palavra de Deus diz que fomos predestinados para sermos santos e irrepreensíveis (Efésios 1.4-5; Romanos 8.26-30)
IV – A Doutrina da Eleição promove a Evangelização
         Outros dizem que se há predestinação não precisamos mais pregar o evangelho, esta é outra mentira! Ora, sabemos que a pregação é para promover a fé que é dos eleitos de Deus (Tito 1.1); e também, sabemos que a fé vem pela pregação do evangelho (Romanos 10.14-17) e Paulo entendia isso tão bem que pregava os gentios eles se manifestavam em fé porque eram predestinados (Atos 13.48)
Por um evangelho da Graça
Somente a Deus
Toda a glória
Soli Deo Gloria!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Como ser uma Igreja Saudável no século XXI?


Como ser uma Igreja Saudável neste século?
Pr. João Ricardo Ferreira de França.
Texto: 1ª Coríntios. 12.
Introdução: Em tempos recentes a temática Igreja tem recebido uma grande atenção pela literatura impressa de forma significativa. O que tem motivado tantos livros abordarem o tema “Igreja” em nosso tempo? Certamente o grande eixo motivador é a crise pela qual a Igreja tem passando. Uma igreja saudável não é fácil de encontrar e de modo especial uma igreja neste terrível século no qual vivemos.
            Por que afirmo isso? Ora, o nosso século é totalmente marco pela negação da importância da Igreja na vida cristã. Membros em nossas igrejas buscam uma vida cristã sem igreja – quem aqui já não ouviu aquela famosa frase: “Pastor, a igreja não salva ninguém, por isso eu sou crente em casa, eu sou a igreja”! Isso está em volta de nosso tempo.
            É o discurso dos que são revoltados com a Igreja. É o discurso também daqueles que não querem compromisso com a igreja. Amar a igreja nestes dias tem sido um problema tão grande que se você declara que ama a igreja as pessoas logicamente lhe acusaram de ser um fariseu, um hipócrita e coisa deste tipo! Tudo porque você disse que amava a igreja.
            Como ser uma igreja saudável? Bem, no período da Reforma Protestante os reformadores: Matinho Lutero, João Calvino, John Knox, entre outros disseram que a maneira de você identificar uma igreja saudável consistia de três marcas:
1 – A pregação Fiel da Palavra: A pura pregação do evangelho de Cristo, sem barganhas, sem trocas de promessas de lucratividade e coisas do gênero, a simples pregação expositiva da palavra – o texto que era lido era ensinado e aplicado ao povo; se na igreja isso ocorresse ali teríamos certamente o indicador de uma igreja saudável.
2 – A Ministração Legítima dos Sacramentos: O segundo aspecto que os reformadores disseram para que haja uma igreja saudável certamente é a administração dos sacramentos ou ordenanças – Batismo e Eucaristia [Santa Ceia].
3 – O Exercício fiel da Disciplina: O terceiro aspecto nesta questão da igreja saudável era que os reformadores insistiram que a igreja deveria ser santa – e quando algum membro pecasse deveria ser exortado, com amor, a mudar sua forma de vida.
            Oh! Se essas marcas fossem seguidas não haveria necessidade de uma conferência sobre este tema. Mas, existe um aspecto no qual precisamos nos concentrar neste momento. O que nos impede ser uma igreja Saudável neste século? Não é somente a ausência destas marcas em muitas de nossas igrejas, mas o esquecimento do que devemos ser como igreja. Vejamos o que Paulo nos ensina aqui neste texto:
I – Para ser uma Igreja Saudável neste século é necessário compreender que a Diversidade deve promover a Unidade (vs.4-12).
4 Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo.  5 E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo.  6 E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos.  7 A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso.  8 Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento;  9 a outro, no mesmo Espírito, a fé; e a outro, no mesmo Espírito, dons de curar;  10 a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um, variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las.  11 Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente.  12 Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo.
                O grande problema nosso, quanto Igreja, é que achamos que os nossos dons são importantes isolados do demais. Então quando nos julgamos melhores que os outros, o que podemos fazer algo muito melhor que outro, nós não estamos sendo igreja, e muito menos saudável. Isso tem implicações grandes observem algo importante neste texto:
1.1 – Os dons que temos não são frutos de nossa habilidade, mas da vontade do Deus Trino (vs4-7): Este bloco de textos nos mostra que há uma variedade de dons dentro da igreja; notem como Paulo tira o orgulho do coração dos coríntios e coloca toda dádiva toda a glória em Deus! E não neles.
1.2 – Paulo também apresenta que a variedade dos dons que cada individuo tem o seu dom específico na Igreja, mas relembra-os que eles tem esses dons por causa da vontade soberana do Espírito (vs.8-11):  os Apóstolo ao declarar isso  exorta a haver duas atitudes na vida cristã:
a) Arrependimento: Porque quando nós usamos os dons que tempos para menosprezar os outros estamos nada mais do que usurpando de uma autoridade que não é nossa! Deus nos tem dado dons por causa de sua vontade e para fazer a sua vontade – e quando nós não o usamos para esta finalidade estamos pecando e precisamos nos arrepender urgentemente se desejamos ter uma igreja saudável.
b) humildade: Paulo ao relembrar que estes dons são dados ou concedidos  pela vontade graciosa de Deus (bou,letaiÅ) nos exorta assim a sermos humildes e não orgulhosos com tais dons.
1.3 – Paulo também nos apresenta o propósito de tais dons que é certamente promover a unidade apartir desta diversidade (vs.12): Paulo lembra que embora sejamos muitos membros nós somos o corpo de Cristo – nossas diversidades devem promover a unidade para termos uma igreja saudável.
II – Para ser Uma Igreja Saudável neste Século é necessário não nutrir nenhum pensamento que menospreze o outro: (vs.13-24)
 13 Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.  14 Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.  15 Se disser o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do corpo.  16 Se o ouvido disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixa de o ser.  17 Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde, o olfato?  18 Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve.  19 Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo?  20 O certo é que há muitos membros, mas um só corpo.  21 Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós.  22 Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários;  23 e os que nos parecem menos dignos no corpo, a estes damos muito maior honra; também os que em nós não são decorosos revestimos de especial honra.  24 Mas os nossos membros nobres não têm necessidade disso. Contudo, Deus coordenou o corpo, concedendo muito mais honra àquilo que menos tinha,
          O apóstolo alerta a igreja nos apresentando no verso seguinte uma conjunção explicativa daquilo que havia dito antes “pois” [no greg. ga.r] pode ser traduzido por “porque, esta é a razão, a finalidade”; e assim por diante. Mas por que Paulo centraliza-se neste texto? Naquela igreja havia um grupo que achava que alguns crentes não eram habitação do Espírito Santo porque não evidenciavam um dom espetacular [como o dom de língua e profecias], e, esses crentes eram julgados como não sendo espirituais.
          Paulo ressalta no verso 13 que todos aqueles crentes “foram batizados em um corpo” – devemos considerar isso. Às vezes achamos que um irmão não espiritual porque ele não manifesta o dom que gostaríamos que ele tivesse, e assim, passamos a menosprezar aqueles a quem Cristo salvou.
          Paulo ao dizer  isso usa o verbo batizar de uma forma interessante “evbapti,sqhmen( - ebaptisthemen” que está no modo “indicativo” que aponta para a realidade dos fatos; Paulo está dizendo que de fato eles foram batizados, não é uma suposição de Paulo, mas algo real e verdadeiro. Outro aspecto importante é que este verbo está em um tempo verbal chamado “aoristo” que aponta para uma ação que não é repetida – que ocorreu uma única vez que não voltará a acontecer. Paulo está dizendo que aqueles que foram inseridos em Cristo devem manifestar unidade como corpo de Cristo porque foram batizados pelo Espírito Santo!
          O menosprezo pode se manifestar de diversas formas:
1. Podemos nos achar auto-suficientes em nós mesmos (vs.14): “Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.” Paulo ressalta que a auto-suficiência pode prejudicar o corpo. Não devemos nos julgar mais capazes que o outro, acharmos que somos os melhores, os tais e  que tudo pode ser feito somente por nós, que se não estivermos à frente nada funciona! Precisamos retirar esse pensamento de nossa cabeça, nós somos igreja juntos e não individualmente.
2. O menosprezo também se manifesta quando invejamos a posição do outro [vs. 15-24]
.  15 Se disser o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do corpo.  16 Se o ouvido disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixa de o ser.  17 Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde, o olfato?  18 Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve.  19 Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo?  20 O certo é que há muitos membros, mas um só corpo.  21 Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós.  22 Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários;  23 e os que nos parecem menos dignos no corpo, a estes damos muito maior honra; também os que em nós não são decorosos revestimos de especial honra.  24 Mas os nossos membros nobres não têm necessidade disso. Contudo, Deus coordenou o corpo, concedendo muito mais honra àquilo que menos tinha,
Paulo usa a anatomia do corpo humano para ilustrar este principio. O apóstolo nos mostra de forma categórica que a motivação de querer ser o outro dentro da comunidade ou de ter o dom do outro se desvalorizando apresenta os seguintes pecados:
a) a Inveja – não queremos ser o “pé” para sermos “mão” – este desejo de querer ter o dom do outro não produz uma igreja saudável, mas uma igreja doente.
b) Sugere que Deus errou em lhe dá tal dom (vs.18): Paulo alerta aquela igreja que os dons são dispostos por Deus dentro da comunidade, logo dizer que o seu dom não é útil ao Reino de Deus sugere que Deus errou em lhe dá o seu dom. Isto porque você diz que aquele dom não deveria ser pelo Senhor a você.
c) Arrogância: Quando invejamos o dom que o outro tem e desprezamos o que nós recebemos isso leva para a arrogância achando que o outro não tem competência para está ali; assumir tal função, e que nós somos bem melhores – este é um pecado mortal que comentemos contra a graça divina.
III – Para ser uma Igreja Saudável neste Século precisamos cuidar uns dos outros. (vs.25-27)
25 para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros.  26 De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam.  27 Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo.
          Paulo relembra aqueles crentes que eles deveriam visar à unidade e não a divisão. E como isso era possível? Por meio da cooperação entre os membros de um modo que cada um cuida do outro.
          Este cuidar está em sofrer com os outros membros quando estes estão sofrendo, Paulo lembra que a unidade da igreja está acima de qualquer dom; pois, tanto na tristeza e sofrimento como na honra e na alegria aqueles crentes deveriam está unidos – por que Paulo se preocupa com isso ele diz: “ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros deste corpo.”(vs.27)
          Duas coisas se destacam aqui neste verso é a realidade de que isoladamente nós não somos igreja, então, aquele conceito de ser crente em casa não existe; o segundo ponto a ser considerado no texto é que individualmente somos membros do corpo de Cristo. Então, esta é uma das razões pelas quais devemos cuidar um do outro.
IV – Para ser uma Igreja Saudável neste século é necessário respeitar a liderança que Deus estabelece e entender nossas funções na mesma.
28 A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois, operadores de milagres; depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.  29 Porventura, são todos apóstolos? Ou, todos profetas? São todos mestres? Ou, operadores de milagres?  30 Têm todos dons de curar? Falam todos em outras línguas? Interpretam-nas todos?  31 Entretanto, procurai, com zelo, os melhores dons. E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente.
                  Paulo encerra este capítulo mostrando-nos que para ser uma igreja saudável precisamos compreender que devemos respeitar a liderança desta igreja que Deus colocou para que você congregasse nela.
            O apóstolo mostra-nos uma estrutura hierárquica a respeito dos dons que visavam um fim proveitoso [ para a edificação da igreja] ele mostra-nos que a valorização da liderança e da função de cada dom dentro da igreja – chama-nos a atenção o fato de que nem todos são chamados para ter o mesmo dom dentro da igreja logo cada um de nós devemos estar na função a qual fomos chamados e possuir o mesmo dom para promover unidade da igreja. Focalizando-se no amor.
            A liderança existe para a edificação do corpo de Cristo conforme aprendemos em Efésios 4.11-14:
11 E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres,  12 com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo,  13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo,  14 para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro.
            O que aprendemos aqui nesta passagem em paralelo com tudo aquilo que já estudamos?
a) Que o Pastorado é um dom de Deus: Ter um pastor na igreja local é uma dádiva graciosa de Deus à sua igreja.
b) Que o Pastorado na igreja tem um propósito: “aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço para a edificação do corpo de Cristo” – a palavra grega “aperfeiçoar” [katartismo.n- kartartismon] significa “equipar”  – o pastor equipa o rebanho, municia, então é nosso dever honrar e respeitar o pastor de sua igreja (vs.12); este equipar é para o serviço. Mas, o alvo do trabalho pastoral é certamente “a edificação do corpo de Cristo” [Gr. oivkodomh.n tou/ sw,matoj tou/ cristou/\- oikodomen tou somatos tou christou] a ideia é de um grande edifício que está sendo contruído.
c) Todos devemos chegar a maturidade sob um pastorado fiel a Palavra: O seu alvo na igreja não é cantar no coral, não é aparecer mas deve ser chegar a maturidade varonil em Cristo Jesus. (vs.13) e como? Na mesma fé – “na unidade de fé” e do “conhecimento pleno” de Cristo Jesus. Ora, estes são dois elementos para sermos uma igreja saudável! Termos a mesma fé e nos enchermos do conhecimento pleno de Cristo pela Palavra de Deus somente. Ou seja, chegamos à maturidade cristã.
d) Todos nós devemos precaver-nos, mediante um bom ensino pastoral, dos falsos ensinos (vs.14): Pastor nos ensina para que não sejamos levados por qualquer vento de doutrina.