domingo, 15 de julho de 2012

A IGREJA DE DEUS


Paulo, chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo, e o irmão Sóstenes, à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. ”(1 Co.1.1-3)
   Este texto é breve, mas pertinente para a nossa vida como cristãos; aqui de forma clara temos Paulo, o apóstolo, nos lembrando que a vocação pastoral dele não se dá por sua instrução, por sua capacidade ou algo de bom que ele tenha, mas ele é chamado [klhto.j - kletos] para esta função “pela vontade de Deus”. O vocábulo “vontade” [qelh,matoj - thelematos] descreve no grego a ideia de “desejo ou de querer intencional”, em outras palavras o apóstolo Paulo era de fato um apóstolo para aquela igreja porque Deus assim queria.
    Paulo era “apóstolo de Jesus Cristo” -  o substantivo “apóstolo” [avpo,stoloj], no grego, descreve a ideia de um mensageiro; na verdade este é o significado deste termo; Paulo, diz que ele é um mensageiro de Cristo, a implicação disto é que a mensagem não era dele, mas do Cristo ressuscitado! O apóstolo Paulo se nomeia na carta juntamente com o seu irmão Sóstenes.
     Nos chama a atenção o nosso texto porque Paulo dirige-se a uma igreja específica e a qualifica de modo interessante: à igreja de Deus na língua grega  temos a expressão (tê ekkesia tou Thou) -th/| evkklhsi,a| tou/ qeou/ - Paulo chama aquela igreja de Igreja de Deus - ou seja, pertencente a ele, gerada por ele, vinda à existência pela vontade dele -; e por que isso nos surpreende? Porque era uma igreja muito problemática, nela encontramos problemas de divisão (cap.3); era cheia caluniadores (cap.4); toleravam imoralidades terríveis (cap.5); havia crente processando outro crente (cap.6.1-11); tinha membros que se relacionavam com prostitutas (cap.6.12-20) etc... Mas, a despeito de tudo isso Paulo chama aquela igreja de Igreja de Deus! Uma grande lição para nós, precisamos olhar para a igreja como sendo uma obra da Graça de Deus a despeito de seus pecados. Os crentes desta igreja são qualificados como sendo pessoas que estão sendo “santificados” não em suas obras, mas em “Cristo Jesus”, mostrando-os que o chamado deles é para uma vida de santidade juntamente com “todos o que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo”. Paulo relembra a doutrina do senhorio de Cristo e assim, exorta aquela igreja à prática da santidade de vida. Encerrando o texto com os desejos mais ternos. Valendo-se da dupla saudação “graça e paz” - Graça dos gregos e paz dos judeus, mostrando que o alvo de sua carta é que os crentes vivam unidos na igreja de Deus.

Rev. João Ricardo Ferreira de França.