quinta-feira, 28 de julho de 2011

ATÉ BREVE JOHN STOTT

John Stott Promovido Para a Glória

Faleceu hoje (27/07/2011), pela manhã (3h15 hora local), o Rev. John Stott, CBE, pastor, teólogo, escritor, conferencista internacional, ex-capelão de SM a rainha Elizabeth II, fundador e líder maior da Fraternidade dos Evangélicos na Comunhão Anglicana. O seu falecimento, de agravamento de enfermidades decorrentes da idade, se deu poucas semanas após comemorar o seu 90º aniversário. A Igreja Anglicana-Diocese do Recife presta sua homenagem e reafirma o compromisso com o seu legado. “Estou triste, embora Stott de há muito que estava preparado e nos preparava para a chegada desse momento”, afirmou o Bispo Robinson Cavalcanti, seu amigo de longa data, e que havia conversado por telefone com ele no dia do seu último natalício.

Fontes: www.anglican-mainstream e Christianity Today
  
E o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam" (Isaías 58.11)


domingo, 3 de julho de 2011

EXPOSIÇÃO BÍBLICA EM EFESIOS 1

IGREJA PRESBSITERIANA DO BRASIL EM SÃO RAIMUNDO NONATO – PI.
EXPOSIÇÃO BÍBLICA:
“Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus, raça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (Efésios 1.1-2)
Introdução: Ao abordarmos esta Epístola, confesso francamente que tenho um senso de completa incapacidade ao fazê-lo. Um escritor chegou a dizer que esta carta é a “coroa e o clímax de toda a teologia Paulina”. E certamente não é uma descrição tola, ou menos rica, mas descreve apropriadamente este grande livro que temos diante de nós.
         O tema geral da Epístola é proposto logo aqui neste versículo. Isso é característico do Apóstolo Paulo.  Veja, como ele se coloca como “Paulo, Apostolo de Cristo Jesus, pela vontade de Deus” – ai está! O tema da epístola, primeiramente e acima de tudo é Deus  - tudo vem a existência por causa da “dia. qelh,matoj qeou/”. O apóstolo sempre começa dessa maneira, e é assim que todo o cristão deve começar ao estudar a revelação de Deus na Bíblia.
         A Bíblia é o livro de Deus, é uma revelação de Deus e o nosso pensamento sempre deve começar com Deus. Do principio ao fim, a mensagem da Bíblia é tem o propósito de nos levar de volta para Deus, humilhar-nos diante de Deus e habilitar-nos a ver a nossa real relação com ele.
         A carta de Efésios nos coloca face a face com Deus – ela salienta a glória  e a grandeza de Deus; vemos neste primeiro capítulo a tônica da glória de Deus ser ecoada de forma única e singular. “eivj e;painon do,xhj auvtou/” – para o louvor de sua glória (vs.11). – o que podemos aprender aqui nesta passagem das Escsirutras? Podemos aprender sobre o supremo propósito de Deus; podemos aprender sobre a soberania de Deus. Vejamos:
I – EM PRIEMEIRO LUGAR CONSIDEREMOS A SOBERANIA DE DEUS DEMONSTRADA.
         Notem como Paulo chega de imediato a este ponto “Paulo, Apostolo de Cristo Jesus, pela vontade de Deus” – Não por sua própria vontade! Paulo não chamou a si mesmo, a igreja não o chamou; foi Deus mesmo quem o chamou. Ele é apóstolo pela vontade de Deus. Ele expõe isso muito explicitamente. Há certamente uma ênfase na soberania divina – o apostolo usa aqui no grego a preposição “dia” – pela . que rege um substantivo no caso do genitivo “thelematos Theou” – que comunica a ideia de uma posse, de pertencente a alguém, mas aqui especificamente indica a origem – o chamado de Paulo para pastorear a igreja do Senhor nasceu na vontade soberana de Deus.
         Quando analisamos e estudamos esta epístola certamente  que foi Deus quem escolheu soberanamente cada cristão em Cristo Jesus.; foi Deus quem nos predestinou. Faz parte do supremo propósito de Deus que sejamos salvos.
         Toda esta epístola nos diz que devemos sempre contemplar a salvação desta maneira. Não devemos partir de nós e depois acender até Deus; mas devemos partir da soberania de Deus – em outras palavras não devemos partir da falsa doutrina do livre-arbítrio, mas devemos partir da soberania de Deus que anula o nosso orgulho e soberba!
II – EM SEGUNDO LUGAR CONSIDEREMOS AS QUALIDADES DA VIDA CRISTÃ DESCRITAS AQUI.
         Paulo nos apresenta não somente os conceitos da soberiana de Deus nesta carta; mas nos apresenta as qualificações dos cristãos que seguem e que são achados pela vontade de Deus. Ele chama os crentes daquela cidade de a`gi,oij– este grande vocábulo grego nos ensina algo fundamental sobre o nosso cristianismo.
         Somos chamados por esta vontade de Deus para sermos santos. Consagrados, separados do mundo – o sentido de ser separado aqui não é ser alienado do mundo – mas o sentido é ser a diferença neste mundo que nos cerca, não é ser santo apenas no domingo, ou transformar nossa religião em algo privativo ao domingo, e nunca levar para a nossa vida, para a nossa sociedade, faculdade, trabalho e família.
         Note como Paulo aplica isso em nosso texto ele diz – “aos santos que estão em Éfeso”. Os crentes eram santos não nas quatro paredes do templo, mas eram santos na cidade, que cultuava a deusa Diana. E é precisamente aqui que nos precisamos manifestar este atributo de santidade de vida.
         Em cada departamento de nossa vida carecemos de uma vida digna diante de Deus e dos homens!  A nossa vida consagrada a Deus é marcada quando fazemos tudo pensando em Deus e para a glória de Deus.
         A segunda qualidade que vemos ser apresentada em nosso Texto é que os crentes são descritos como “fiéis em Cristo Jesus” – o termo aqui no grego é “pistoi/j evn Cristw/| VIhsou/(” – o termo fiéis no grego significa digno de confiança, alguém em quem se pode confiar, digno de credibilidade – expressa do conceito do “sim, sim e não, não” – fidelidade. Esta é a qualidade da vida cristã. Nós somos chamados pela soberana vontade de Deus para sermos homens e mulheres fiéis, todavia, tal fidelidade não consiste de uma disposição natural, mas note que deve ser em Cristo Jesus.
III – EM TERCEIRO LUGAR, CONSIDERAMOS A GRAÇA DE DEUS.
         Esta palavra graça é usada mais de treze vezes nesta epístola. O apóstolo sempre a vive repetindo. No versículo segundo ele coloca a frase inicial: “graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
         Este é o tema estupendo no qual somos inseridos nesta carta como um todo. A estupenda graça de Deus para como o homem pecador e providenciando para ele a salvação e redenção. Esta saudação aqui comunica tudo isso! Paulo vai dizer “a riqueza da sua graça”(vs.7) – “kata. to.n plou/ton th/j ca,ritoj auvtou/(” – kata ton plouton tes charistos autou – Aqui o termo graça que aparece aqui “charis” era a saudação comum dos gregos – onde apresentava a ideia de gratidão – notemos que no conceito teológico indica o favor imerecido; gratuidade é exatamente isso que descreve o termo. Ou seja, somos mais uma vez humilhados diante desta palavra – graça! Tudo o que temos, tudo o que somos, tudo que seremos devemos a graça de Deus, e nada mais, nenhuma participação humana; nada de esforço humano.
         O segundo termo que completa esta saudação é paz – eivrh,nh” – uma palavra urgente para os nossos dias! Sim dias em que os homens vivem em guerra, estes conflitos são emocionais, familiares, relacionais e bélicos – o homem por natureza é belicoso – ama fazer guerras, então, vem o evangelho de Cristo e diz que devemos vê-lo como o príncipe da paz!
         Esta saudação é significativa, pois, o termo grego eirenê reproduz a saudação dos judeus a shalom no hebraico; ora, isso é importante, visto que para os judeus era impossível dividir o mesmo espaço com um não Judeu – com um gentio, e neste caso em específico – com os gregos de Éfeso. Notem, é na igreja onde relacionamentos são curados, é na igreja onde o amor é demonstrado, ambos os povos – gregos e judeus agora congregados devem viver unidos – e expressando isso mutuamente na saudação paulina: Graça e paz!
         O apóstolo nos apresenta a origem destas duas virtudes fundamentais à sobrevivência do cristianismo! Sim a origem é Deus Pai! Vejam: “a parte de Deus, nosso Pai” – po. qeou/ patro.j h`mw/n”- apo theou patros hemôn – Deus que é Pai nos congrega em sua igreja para que gozemos de sua graça absoluta e soberana; ele como Pai que é cuida de seu povo, dos seus eleitos, dos seus escolhidos – somos chamados para sermos homens e mulheres resgatados pela graça e paz, marcados e selados pelo amor de Deus Pai.
         Deus é visto como o nosso Deus! Ele é o objeto de nossos afetos, objeto de nosso culto. Objeto de nossa adoração – ele é o nosso Deus. Paulo demonstra que Deus é o nosso pai amoroso. Porque ele é infinitamente amor!
         A graça e paz que reina na igreja pertencem e tem origem “Senhor Jesus Cristo” – aqui o apóstolo Paulo usas o termo “kuri,ou” – kyriou – do senhor – e descreve a realiza, a majestade e a soberania de Cristo. Isto é importante, pois, em nosso tempo temos visto um Cristo apresentado como simplesmente um salvador sem ser senhor! Não, ele deve ser visto como nosso redentor, pois, ele assim é descrito como tal, todavia, ele deve ser encarado como Senhor, como chefe sobre todos. Ou seja, ele é soberano sobre a nossa vida.
         O termo grego kyrios este substantivo aqui é traduzido pelo o termo Yahweh  do Antigo Testamento – nome aplicado exclusivamente a Deus, isso tem implicações sérias, nós servimos ao nosso Senhor Jesus Cristo como nosso único Deus, nosso objeto de culto.
         O nosso salvador, o nosso redentor é o aquele que nos ama, nos salva, mas é também aquele que nos governa. Governa as nossas vontades, a nossa existência e determina a nossa história.
Pelo Reino,
Rev.João Ricardo Ferreira de França.