quarta-feira, 8 de junho de 2011

EDIFICANDO A FAMILIA

PILARES EDIFICADORES DA FAMÍLIA*
Rev. João Ricardo Ferreira de França.#
Colossians 3:18-21  18 Esposas, sede submissas ao próprio marido, como convém no Senhor.  19 Maridos, amai vossa esposa e não a trateis com amargura.  20 Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo é grato diante do Senhor.  21 Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados.
Introdução:
         Estamos aqui nesta noite para falar-lhes de um assunto deveras importante. Importante para cada pessoa que se encontra aqui presente; é curioso virmos a uma conferência e tratarmos deste assunto. É como uma conferência de médicos que vão tomar como tema a importância do ar para a respiração e vida.
         Isso por si só seria um absurdo. É um absurdo vimos aqui nesta noite para tratarmos de um assunto, que ao meu ver, é de profunda relevância para a nossa vida em sociedade, para nossa vida em organismo vivo – que somo como humanidade constituída – e de como a família é o alicerce da Igreja.
         O tema que me foi proposto para abordar com vocês nesta noite tem sua significação, sua relevância e confesso que um tema por de mais pesado para mim. Sim, porque trata-se de um tema criteriosamente exigente e desafiador.
         O tema é enfático: “Pilares de edificação da família” – ora, chega até ser um tema redundante este tema – o que é um pilar? É aquilo que sustenta uma grande estrutura.  Então, devemos nos concentrar nisto nesta noite, espero que sejamos edificados, desafiados e constrangidos a fazer conforme nos ensina a Palavra de Cristo.
         Acho que a passagem que temos diante de nós diz tudo o que precisamos saber para abordamos este tema significativo. Temos aqui riquezas exegéticas singulares, temos aqui o mais puro ensino do evangelho de Cristo para cada um de nós, nesta noite, vamos até a lei ao testemunho, e vejamos a alva!.
Considerações iniciais:
A carta:
         A presente carta que temos diante é uma resposta de Paulo a um relatório de um jovem pastor chamado Epafras que pastoreava aquela igreja. (Col.1.7) para que o apóstolo Paulo e Timóteo (cap.1.1-3) corrigissem os problemas que a igreja tinha enfrentado.
Destinatários:
         A própria carta nos informa que ela se destina aos “santos e fiéis em Cristo, que estão em colossos”(1.2).
Data da carta: entre 50 e 55 AD.
Propósito: Acabar com o sincretismo religioso que estava presente na igreja de Colossos.
         Diante disso consideremos mais de perto o trecho de nossa palestra nesta noite. Que verdades nós aprendemos aqui neste texto? Que pilares edificadores para a família nós encontramos neste texto? Vejamos:
I – O PILAR DA SUMISSÃO:
         Notemos aqui neste texto como Paulo aborda esta temática. É preciso compreender isso de forma muito clara, pois, a nossa sociedade pós-moderna tem ensinado que a mulher tem galgado um espaço significativo, e que por isso, não deve de forma se submeter a vontade de alguém do gênero másculo.
         Ou seja, temos visto o feminismo ser a bola da vez, o feminismo com sua perspectiva de igualdade ou como de igualitarismo tem se aferrado ao conceito de submissão e tem colocado-o em xeque. O que fazer com esta palavra?
         Será que submissão significa desprezar a mulher, significa relegá-la a um segundo plano? Será que é isto que Paulo está ensinando? Será que é isto que o evangelho nos ensina? Não!.
         No grego temos a seguinte palavra: “u`pota,ssesqe” – hypotassesthe – este verbo  significa “sujeitar-se”. Algumas coisas são pertinentes neste texto:
a) é um verbo que está no tempo presente: e no grego a expressão sujeitar-se indica uma ação contínua – sempre vivendo de forma submissa, está é a ideia que temos no texto sagrado.
b) este verbo está no modo do imperativo: ou seja, a submissão não é optativa, mas é uma ordem. Paulo oferece as diretrizes para que uma família seja de fato edificada, é necessária que a mulher, a esposa, seja uma mulher sábia, e saiba viver sua submissão ao esposo.
c) O verbo está na voz passiva: isto significa que esta submissão é voluntariosa; pois, este é o conceito Paulino. E a resposta para esta submissão está no amor que é o vinculo da perfeição.
         A mulher não deve ser motivada pelo medo, ou pela insegurança a ser submissão ao seu marido, pelo contrário, o que deve motivar a submissão da mulher é ver no seu Marido a proteção, o afeto e carinho que este lhe reserva.
         Quero trazer uma palavra de alerta sobre este verbo. A submissão da mulher não significa que ela é o capacho do homem. Que deve ser alvo de desprezo longe disso. Por outro lado vocês mulheres devem levar em consideração um aspecto.
         Não permitir que o mundo lhes ensine o que não está na palavra de Deus. Notem o termo é sub-missão, significa ter uma missão abaixo; a mulher é chamada para ser auxiliadora idônea. Você tem uma missão que auxiliar seu esposo na criação do lar, na formação da família, você deveria está unida com seu marido, tratando-o com respeito, dignificando-o, honrando-o, somente assim teremos uma família realmente alicerçada, e profundamente estabelecida. É disto que as famílias precisam de mulheres sábias que saibam edificar sua casa. Que saibam levar a bom termo sua família e seu esposo pelos caminhos da graça que procedem do lar.
         Notem que a submissão é no Senhor, isto convém a Cristo que as esposas cristãs sejam submissas a seus maridos. Este é o ponto que precisa ser ressaltado em nossos dias, pois, se rebelar contra tal conceito é não considerar Cristo como profundo senhor da Igreja.
I – O SEGUNDO PILAR É O AMOR.
         Notem como Paulo segue a seqüência de seu texto: “vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não vos irriteis contra elas.”
         Paulo agora se dirige aos maridos. Vocês querem saber qual pilar de fato edifica uma família. O amor. Simplesmente o amor. Notaram como o apostolo é enfático aqui neste texto? Paulo diz: Maridos. Amai – me surpreende o fato de que este imperativo não foi dirigido às mulheres. Tem uma razão? Sim. Os homens são os cabeças do lar; mas também a mulher tende a não aceitar a autoridade do marido no lar, e o marido tende a ignorar sua esposa.
         Aqui está o verdadeiro remédio pra os divórcios, para os conflitos, para as decepções – o amor que cura, e que restaura tudo; mas, preciso indagar, precisamos caminhar um pouco mais. Como o marido deve amar a sua esposa?
         Paulo nos responde isto no capítulo cinco de Efésios versículo 25 onde diz: “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,” – isso é de grande importância.
         Vivemos em uma cultura onde se diz que o amor é fazer sexo, onde amor é sentimentalismo, onde amor é eu buscar a felicidade e se importar comigo. Nossa, vejam como isso é diferente do evangelho de Jesus Cristo. Vejam como isso está longe do padrão de Deus. Notem o que implica quando um homem se une a uma mulher. Vejam como o padrão é alto de mais para nós, para todos nos aqui.
         Você que ainda não casou já pensou sobre isso. Olhe como você deve amar sua futura esposa – do mesmo modo como Cristo amor a igreja. Não foi em vão que Paulo usou o verbo “avgapa/te” – agapate – que indica um amor sacrificial, no casamento, na família. Os maridos devem amar suas esposas com um amor que se doa, que se entrega, que está disposto a sofrer e a morrer pelo outro. Este é o alto conceito de família que temos.
         Como foi que Cristo amou a igreja? Ele se entregou por ela, a amou quando não havia beleza nela, a amou quando ela lhe dava as costas ao abraçar doutrinas estranhas, a amor mesmo sabendo que ela não tinha nada para oferecê-lo, ele amou a igreja naquela cruz, morreu por ela, e ressuscitou por ela, e a defende de seus inimigos, a ampara, cuida e zela pela igreja.
         Assim os maridos são desafiados pela palavra de Cristo nesta noite a amarem suas esposas. A amarem de forma incomensurável de uma forma inexplicável – um amor que não joga na cara as falhas, mas um amor que de fato perdoa, um amor que liberta, um amor que acolhe, um amor que une. Sim este amor faz com que o outro seja valorizado, seja notado, seja visto.
         Mas, o apóstolo não termina nestes termos ele continua e “não a trateis com amargura” (vs.19) “kai. mh. pikrai,nesqe pro.j auvta,jÅ”- kai me pikrainesthe pros autas -  notem como Paulo é pesado, o amor não se exaspera, não trata o outro com desprezo.
         A ideia do verbo pikrainesthe aqui é de alguém que ficou amargo, se tornou irritante, começou a tratá-la com descaso, desprezá-la. Note, que Paulo está falando isso para a igreja, não é para o mundo, não é para os descrentes, sim para os que são chamados de santos em cristo, são chamados de fiéis em Cristo Jesus.
         Quando o amor está ausente. O que resta é o desprezo e o sabor amargo da solidão. O divorcio chegou até o quarto dos casados e eles ficam em silencio se suportando quando na verdade deveria haver amor – um amor sacrificial presente por parte do marido.
         Matew Henri disse: “ a mulher não foi tirada da cabeça do home para que não chegasse a pensar que poderia mandar no seu marido; também não foi tirada dos seus pés, para que este não achasse que tinha o direito de pisar nela; mas foi tirada do seu lado, perto do seu peito, para ser amada, protegida e ser o centro dos afetos de seu marido” – é precisamente isso que precisamos resgatar este é o pilar fumdamental que precisamos em nossas famílas.
III – O TERCEIRO PILAR É A OBEDIÊNCIA.
         O terceiro pilar edificador de uma família certamente é a obediência. Paulo toca neste ponto importante ao dizer: “Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor.” (vs.20).
         Chamo sua atenção para o verbo obedecer que aparece aqui no texto. No grego temos “u`pakou,etehypakouete – a ideia é de dar ouvidos, imagem como isso é importante. Pois, em nossos dias, os filhos dão ouvidos aos amigos, buscam conselhos com os amigos – amam mais os amigos do que seus próprios pais acham que seus pais não sabem de nada.
         A Bíblia diz que devemos obedecer aos nossos pais. Este é o pilar singular, pois, muitos de nossos jovens estão no mundo, estão nas drogas, estão nas sarjetas porque ignoraram este preceito claro da verdade de Deus – note Paulo diz: “em tudo obedecei a vossos pais. Isso é importante. Isso é fundamental. Isso é bíblico. E por que?
a) justo ao Senhor: Deus ele quer de nós submissão aos nossos pais, porque somente assim termos uma família justa, honesta, e completamente equilibrada.
b) porque isso agrada a Deus: o grego usa a palavra “eucharistos” – boa graça. Ou seja, isso é agradável a Deus.
         IV-  O QUARTO PILAR É A COMPREENSÃO DOS PAIS PARA COM OS FILHOS.
         O último pilar é fundamental. Cobramos obediência de nossos filhos, mas nos esquecemos que por vezes transformamos nossos filhos no que eles são hoje.
         Note o que está escrito aqui: “ós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo.”(v.21) – sabem porque muitos filhos não se aconselham com seus pais? Aqui está a razão. Os pais os peritos em acabar com toda a perspectiva, com todos os sonhos de seus filhos.
         O desprezo para com os filhos é gritante em nossa sociedade, vamos chorar e lamentar profundamente porque estamos perdendo os nossos filhos, porque nunca valorizamos seus estudos, suas tentatativas, vivemos sempre chamando-os de incompetentes, que nunca serão alguém na vida, as vezes e quase sempre nos casamos com a igreja, vivemos para a igreja e esquecemos de nossos filhos, queremos prendê-los em nosso mundo, esquecendo-nos que eles tem os mundos deles.
         Não preparamos os nossos filhos para o mundo, antes os tiramos do mundo criamos um mnosteiro espiritual e esquecemos que somos chamados para estimulá-los neste mundo.



* Palestra ministrada na Igreja do Nazareno em São Raimundo Nonato – PI. No dia 17 de maio de 2011.
# O autor é ministro da Igreja Presbiteriana em São Raimundo Nonato – PI. Graduado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte – Recife – PE; atualmente está pós-granduando em História das Ciências da Religião pela Faculdade Evangélica do Piauí – Faepi.

terça-feira, 7 de junho de 2011

EXPOSIÇÃO BÍBLICA - A CARTA DE TIAGO II

Exposição Bíblica.
Tiago 2.1-13.

ENFRENTANDO O PECADO DA ACEPÇÃO DE PESSOAS

Rev. João Ricardo Ferreira de França.

Texto: “ Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.  2 Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos, em trajos de luxo, e entrar também algum pobre andrajoso,  3 e tratardes com deferência o que tem os trajos de luxo e lhe disserdes: Tu, assenta-te aqui em lugar de honra; e disserdes ao pobre: Tu, fica ali em pé ou assenta-te aqui abaixo do estrado dos meus pés,  4 não fizestes distinção entre vós mesmos e não vos tornastes juízes tomados de perversos pensamentos?

Vs 1 - Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.


            Tiago após mostrar a necessidade de se viver como “operoso praticante” da verdade aprendida pelo evangelho de Deus Agora nos apresenta como se comportar diante de situações onde o evangelho precisa ser mais evidenciado do que os nossos preconceitos. Tiago começa este capítulo em termos afetuosos “Meus irmãos” essa forma carinhosa de tratar indica que Tiago queria se identificar com os seus ouvintes; outro fato é que ao dizer “meus irmãos” o escritor cria uma atmosfera familiar, onde não terá receio de falar de assuntos difíceis, pois, se somos uma família – pensa o apóstolo – então resolveremos os problemas em família.

não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo – Tiago agora entra direto no assunto. A construção direta do seu discurso não deixa dúvidas. Ele pretende ser o mais claro possível; ele diz “não tenhais a fé...” o advérbio de negação, no texto grego, indica uma proibição factual, ou seja, um proibição enfática. Assemelha-se as proibição do decálogo. Tiago não autoriza que eles tenham um tipo de fé.
            A fé que a Igreja deveria Ter em Cristo estava sendo ameaçada por uma atitude que não condiz com fé esposada quando se encontrou a Cristo. A nossa versão traz uma tradução muito confusa, mas o texto grego original esta expressão é lida assim: “irmãos meus, não em acepção de pessoas   tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo...” A fé que eles professavam Ter em Cristo não deveria produzir acepção de pessoas.
            Chamo a sua atenção para o verbo “Ter” aqui está no modo imperativo que indica uma ordem, Tiago não está pedindo, mas está ordenando aos crentes; o tempo deste verbo no grego é o presente, sabemos que o presente indica uma ação contínua. Isso não era conjectura da mente de Tiago, mas era algo que estava acontecendo dentro da Igreja. O texto poderia se traduzido assim, “não continuem tendo a fé em Cristo em ação de favoritismo”. A fé cristã não deveria ser baseada em acepção, as pessoas devem ser vista pelo que são e não pelo que têm.
            Tiago nos infora que Cristo é o “ Senhor da glória” no texto grego a ideia seria de “Senhor glorioso” por que isso? Porque sendo Cristo o Senhor da Igreja ele é exaltado em glória e salvou muitos dos que aos olhos comum não deveriam Ter sido salvos resgatados por Cristo, mas aquele que é glorioso decidiu salvar tais pecadores; logo, o Senhor da glória não fez acepção ao salvar pessoas. A palavra acepção aqui significa “lançar em rosto” ou “olhar o rosto”. Cristo, o Senhor da Glória nos salvou sem olhar a nossa condição que era de total indignidade. Este é o ponto aqui.

Vs.2 -  Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos, em trajos de luxo...
            Tiago agora passa a demonstrar como a Igreja pode cair no pecado de acepção. Tiago não é um pastor teórico, mas eminentemente prático. Ele começa com um caso hipotético. Isso nos alerta para algo que o culto era destinado aos membros da Igreja. A palavra “sinagoga” é usada para descrever uma reunião tipicamente cristã.
            Tiago focaliza-se como este homem está adornado. Que homem é este? Seria um cristão? Seria um incrédulo? Pelo contexto nos parece que Tiago refere-se a uma pessoa que não é membro regular da Igreja. É um visitante que veio assistir o culto, todavia, tal incrédulo é possuído de riquezas.
            As vezes somos tentados para olharmos a imponência de alguém bem vestido dentro da Igreja, e assim, pensamos essa pessoa convertida seria uma ótima ajuda financeira para as dificuldades enfrentadas pela comunidade, quando, na verdade,  a questão é mais profunda do que os bens que alguém possui.

 e entrar também algum pobre andrajoso - Tiago estabelece o contraste gritante ele sugere que o pobre também pode entrar dentro da Igreja. A Igreja primitiva era basicamente formada de pessoas pobres, havia também mulheres que possuíam recursos que empregavam no reino, mas na sua grande maioria era de pobre. Imagine os líderes da Igreja rejeitando os pobres e super valorizando os ricos dentro da mesma comunidade; isso era de mais dentro da Igreja. Tiago visa reprovar tamanho ultraje. E por quê? Porque tal atitude não evidenciava a fé que professavam Ter em Cristo.

Vs.3 - e tratardes com deferência o que tem os trajos de luxo e lhe disserdes: Tu, assenta-te aqui em lugar de honra; e disserdes ao pobre: Tu, fica ali em pé ou assenta-te aqui abaixo do estrado dos meus pés,

Como este pecado é processado na prática? O nosso texto traduz “tratardes” no grego a tradução poderia ser “olhar com favor”, “olhar dando prioridade”, em outras palavras levar em consideração sua condição social. Os ricos são bem tratados porque olhamos a aparência e nunca o coração das pessoas.
Havia um lugar de honra para os ricos dentro da Igreja. E os pobres eram colocados aos pés da liderança como se fossem lixo. A liderança não se preocupava com as pessoas. Mas apenas com os recursos naturais que proviam dos seus liderados.
É claro que Tiago aqui não está dizendo que existe uma teologia da libertação onde apenas os pobres são alvos do evangelho, mas o que Tiago nos ensina é que como crentes não devemos de forma alguma nos enganar pela posição social na qual os ricos se encontram.

Vs. 4 - não fizestes distinção entre vós mesmos e não vos tornastes juizes tomados de perversos pensamentos?

            Tiago agora aprofunda a sua argumentação. Ele diz que se os crentes agem desta forma de fato estão fazendo “discriminação”. Ora, se isso ocorre com alguém que vem de fora para ouvir a pregação da palavra, imagine se isso não ocorre entre vocês mesmos. É basicamente isso que Tiago está dizendo.
            E por que Tiago proíbe isso? A resposta é que agindo assim eles estavam se tornando juizes dentro da comunidade cristã, mas que tipo de juizes? Juizes com pensamentos malignos. O termo “ponêrós” que aparece aqui é termo aplicado para descrever a ação do diabo; ou seja, se a igreja faz acepção está agindo de forma demoníaca. Tiago rejeita assim, porque tal atitude é demoníaca.

Vs.5 - Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?

            Tiago passa a nos mostrar porque Deus vem em defesa dos pobres. Mas seriam apenas os pobres materialmente. É claro que Tiago usa de um contraste. Ele começa com um tom de amor de forma carinhosa. Usa um vocativo para chamar a atenção deles. Tiago os chama de irmãos para mostra que eles são visto não como apenas membros da Igreja, mas como irmão amados.
            O autor usa uma pergunta retórica. Mas a questão é: quem são os pobres deste mundo? Alguns sugerem que são os que não possuem uma condição financeira boa. Mas, aqui não significa apenas isso. Aqui indica que todos nós éramos pobres, pois, a riqueza trazida por Cristo no que concerne a salvação, estava ausente de nossas vidas. Deus escolheu aqueles que são pobres neste mundo.
            Qual é a finalidade desta escolha divina? para serem ricos na fé – a fé é uma profunda riqueza que o próprio Deus nos deu. Erámos nulos, desprovidos de alguma riqueza espiritual, e sem esperança, mas Deus nos escolheu para que a fé viesse habitar em nós. Logo a eleição precede a fé! Isso é grandioso. Deus escolheu esses homens e mulheres para serem ricos.
            Mas eles também são transformados em “ herdeiros do reino que prometeu aos que o amam” – eles são introduzidos no reino que é visto como a herança dos eleitos. Mas a quem está reservado este reino? “Aos que o amam” isso é importante para nós. Não adiante ser pobre, se não ama a Cristo! O amor a Cristo é a garantia de que somos inseridos no reino de Deus que ele nos prometeu. O reino é reservado aos eleitos que amam ao seu redentor. Esse é o ponto. A Igreja não deve promover favoritismo porque ignora a escolha de Deus. Aquele irmão que você não valoriza foi por ele que Cristo morreu. Foi ele a quem Deus escolheu.

 Vs . 6 - Mas vós desonrastes o pobre. Porventura não vos oprimem os ricos, e não vos arrastam aos tribunais?

            Mesmo a Igreja tendo essa grande compreensão que Tiago estava manifestando ela ainda agiu de forma contrária ao evangelho. Ela “desonrou” ao pobre. A atitude da Igreja não glorificou a Deus e a Sua palavra. Tiago usa aqui o modo indicativo ou seja, era algo cabalmente comprovado que a Igreja havia desprezado um pobre. Que vergonha! A Igreja sabia do ensino de Deus sobre o pobre desde ao Antigo Testamento. E ainda assim, desprezaram o pobre dentro da Igreja.

Porventura não vos oprimem os ricos – O escritor sagrado diz vocês devem saber de fato que os ricos oprimem vocês. No texto grego o verbo “oprimir” está no indicativo indicando a certeza do fato, era algo notório e o tempo é o presente – que aponta para a continuidade da opressão – a tradução seria – “vocês bem sabem que são os ricos que continuamente oprimem a vocês...” Tiago descreve como eram manifestadas as opressões:
vos arrastam aos tribunais? – Os ricos arrastavam os crentes aos tribunais constituídos, pelo simples fato de serem cristãos. Isso porque os ricos eram pessoas de influências dentro da sociedade daquela época. E não aceitavam o cristianismo pregado pelos judeus cristãos. Tiago diz : “vocês devem estar cientes de que são esses mesmos que vos arrastam para os tribunais”
Os ricos não ficavam em infligir dor aos crentes pobres ao jogá-los na cadeia. Mas também usavam de blasfêmias.

Não são eles os que blasfemam o bom nome que sobre vós foi invocado?Os crentes eram ridicularizados, eram levados sem compaixão. O nome de Cristo é rejeitado e desprezados pelos os seus patricios.

            O batismo cristão era ridicularizado porque os crentes não estavam mais praticando a circuncisão e agora estavam sendo batizados em nome de um homem chamado Jesus Cristo, e isto era alvo de blasfêmias. O terceiro mandamento era quebrado por causa disso. Os ricos eram os que faziam tamanha maldade.

Vs. 8 – “todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.

Como fazer para resolver este problema? Tiago diz: Vocês devem se conformar ao ensino das Escrituras; aqui aprendemos que a presença da acepção de pessoas dentro da Igreja é porque não se tem observado a Lei de Deus que regulariza os relacionamentos dentro da Igreja. A verdadeira lei me obriga a amar o meu próximo – seja rico ou pobre – é meu dever fazer isso, e se não faço estou quebrando a Lei de Deus.

Vs.9. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redargüidos pela lei como transgressores.

            No texto grego a condicional “se” expressa certeza – Tiago esta dizendo “visto que fazeis acepção de pessoas”. Tiago não está trabalhando com hipótese, ele está falando com certeza. De algo que de fato estava acontecendo.
            Ele os acusa de estarem pecando contra Lei de Deus. Ele são transgressores da Lei porque se agem fazendo acepção de pessoas não estão amando verdadeiramente. Este é o ensino sumarizado por Tiago.

Por que Tiago diz isso? A resposta é simples. É que se agirem de forma contrária a Lei serão culpados de toda a lei, mesmo sendo em um único mandamento. (vs.10)

Tiago termina colocando lições práticas (vs.11-13)



domingo, 5 de junho de 2011

QUEM SOMOS NÓS?

Somos um grupo de cristãos
que professa a Fé Reformada
conhecida como as Antigas Doutrinas da Graça,
somos crentes na Predestinação
cremos na Eleição Incondicional
No sacrificio Limitado de Cristo
no Estado depravado do Gênero humano,
em outras palavras Cremos no Calvinismo como único sistema Bíblico.
quem somos nós?

A IGREJA PRESBITERIANA EM SÃO RAIMUNDO NONATO

SÉRIE DE EXPOSIÇÕES BÍBLICAS - A CARTA DE TIAGO I

IGREJA PRESBITERIANA EM SÃO RAIMUNDO NONATO
EXPOSIÇÃO BÍBLICA: Tiago 1.1-27.
Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Vs.1: “ Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que se encontram na Dispersão, saudações.
Introdução: Vamos observar as situações vivenciais desta comunidade que deram origem a esta carta, o Tiago aqui é provavelmente o Tiago meio irmão de Jesus (Marcos 6.3). E Tiago decide escrever esta carta - que é considerada como uma epistola geral, católica ou universal. Ao escrever esta carta ele tinha dois propósitos:
1)      As dificuldades e provações que as igrejas estavam passando naquele tempo.
Ser cristão naquela época era muito dificil, era algo assustador, pois, o simples fato de se declarar cristão era colocar-se em risco, pois, o judaísmo e o Império Romano estavam sempre a peresguir os que se declaravam seguidores de Cristo. Os pagãos da época consideravam os cristãos como ateus, isto porque no Império onde havia vários deuses e quem só tem um era considerado ateu. Os cristãos eram considerados como pessímos cidadãos porque eles não se curvavam diante do Imperador que era chamado de César. E na mente daqueles pagãos a Religião e o Estado estavam juntos, unidos. Os cristãos do primeiro século eram  presos, seus bens eram confiscados pelo estado, seus filhos eram tirados do seio da familia e levados para um campo de treinamento para serem guerreiros pelo Império.
2)      Uma chamada a Coerência: este é o segundo propósito de Tiago ao escrever esta carta, ele olha para o cristianismo vivenciado por estes irmãos, e vê que trata-se de um cristianismo superficial, então, decide chamar estes irmãos a coerência com a profissão de fé que declaravam. Pois, ser crentes não é somente ouvir sermões, antes é praticar aquilo que o evangelho nos ensina. Isso é percebido aqui nesta carta, do que adiante dizermos que temos fé, mas não temos obras - isso mostra um cristianismo morto, inválido. A chamada de Tiago aqui é que eles deveriam viver o cristianismo em termos práticos.
I - AS DIFICULADADES DA VIDA COMO MOTIVO DE ALEGRIA .
VS.2-4: “ 2 Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações,  3 sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança.  4 Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes..”
                Tiago agora, passa mostrar  o seu coração pastoral aquela igreja perseguida, começando a dizer-lhes que eles deveriam estar alegres diantes destas provações que sofrem! Isso parece loucura, como encontrar alegria no sofrimento? Tiago, nos diz  que aqueles crentes deveriam considerar uma “alegria absoluta” no original grego é assim que está! É claro que Tiago não está dizendo que seja pecado dizer que está doendo, que está dificil enfrentar as várias tribulações, ou provações que nos sobreveem. Devemos observar que o termo “várias provações” no texto não se refere a intensidade ou a constância delas, mas se refere ao tipo de provação sofrida - arrastamento dos bens, filhos sendo mortos por professar a fé, e coisas deste tipo.
                E porque Tiago exorta aqueles crentes a se alegrarem diante das provações? O versículo 3 nos responde: “sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança.” Deus tem usado todas as formas de provações  para testar a nossa fé. Mas diz o texto que os crentes sabiam disso. “ginw,skontej” - a ideia é de um conhecimento que jamais para de conhecer - aqui Tiago diz aos seus ouvintes que eles sabiam que o alvo daquelas lutas, daquelas provações tem sido sempre fortalecer - confirmar a fé, mas também gerar perseverança na vida cristã. Tiago alerta a igreja que a alegria diante das tribulações confirma esta fé para gerar uma constância na vida de cada membro da igreja, isto é, a perserverança.
                O propósito final de Deus com estas provações é a perfeição de caráter é oque aprendemos no versículo 4: “Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.” A perseverança cristã aqui conforme tiago implica na vida íntegra e perfeita - amadurecidos, esta é a ideia aqui no texto, pois, estes dois termos implicam em maturidade. E o resultado desta maturidade cristã consiste na ausência de deficiência. E qui o sentido é que nada na vida cristã está parado ou enferrujado, mas tudo funcionando.
II - DEVEMOS PEDIR SABEDORIA PARA VIVER E PASSAR POR ESTAS PROVAÇÕES.
VS-5-8: “ 5 Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.  6 Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento.  7 Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa;  8 homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos.”
                No versículo 4 Tiago diz que o objetivo de Deus é que a igreja não deve ter necessidade de nada, e no versículo 5 ele mostra como se deve  fazer isso; o autor desta carta usa uma condicional “se” que na nossa língua expressa possibiliadade - “se, porém, algum de vós”. Todavia, não é isto que Tiago quer dizer, este “se” que aparece aqui na nossa tradução, poderia ser bem traduzido por “visto que algum de vós necessita...” Tiago está dizendo que estes crentes não estão agindo com sabedoria - isto porque não a pediram a Deus. Tiago volta e relembra esta verdade, a falta de sabedoria é uma das razões da pelas quais não sabemos tomar decisicões no meio das provações. Tiago deixa implita que Deus é a fonte da sabedoria. Ele fundamenta isso com duas verdades:
1 - Deus dá esta saberdoria liberalmente: a ideia é que Deus derrama abundantemente a saberida que necessitamos.
2 - Deus não lança em rosto: A palavra lhes “impropera” que aparece aqui no texto significa que Deus não passa na cara aquilo que tenciona dar no campo do saber prático. Ele não diz:
“ontem você me pediu, agora vc está aqui de novo”. Não ele sempre está nos recebendo como se fosse a primeira vez em cada vez que vamos até ele. E assim , lhe pedimos que nos conceda a sabedoria necessária para enfrentar as tribulações e provações desta vida. E ele o fará, pois Tiago, assim nos assegura!
                Esse pedido deve ter algumas condições:
1)      Deve ser pedido com fé: a firme confiança. “.  6 Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento.” Pois, o homem aqui descrito:
a)      Um ser semelhante à onda do mar: conduzido pelas  ondas, a ideia é o homem que duvida, segue o curso de sua vida cristã de acordo com o clima a tensão da provações - se tudo vai bem, estou seguindo ao evangelho, mas se tudo vai mal, então nada do evangelho.
b)      Um pessoa de duas almas (vs.8): a figura da inconstância este homem não sabe para onde ele vai.
III - AS CIRCUNSTÂNCIAS DA VIDA NÃO PODEM ALTERAR A NOSSA CONFIANÇA EM DEUS.
VS:9-11   9 O irmão, porém, de condição humilde glorie-se na sua dignidade,  10 e o rico, na sua insignificância, porque ele passará como a flor da erva.  11 Porque o sol se levanta com seu ardente calor, e a erva seca, e a sua flor cai, e desaparece a formosura do seu aspecto; assim também se murchará o rico em seus caminhos.”
1 - Os irmãos pobres: esses irmãos são tentatdos a invejar a riqueza dos ímpios. Há uma dignidade em ser pobre que o apóstolo estabelece aqui - nós precisamos entender que Deus assim o fez o o faz porque quer.
2 - Os ricos deste mundo: Tiago relembra aos ricos deste mindo que els são passageiro, poque a a sua fé e sua vida está na chamada instabilidade da riqueza. A expectiva de juízo, é clara, confiar na conta bancária, achar que isso encerra a felecidade da vida. É o pecado dos ricos, o cristão pobre, muitas vezes é tentado a invejar este tipo de vida.
IV - PRECISAMOS FAZER A DIFERENÇA ENTRE A TENTAÇÃO E A PROVAÇÃO:
Vs. 12-18: “12 Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.  13 Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta.  14 Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz.  15 Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.  16 Não vos enganeis, meus amados irmãos.  17 Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.  18 Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.”
                O ponto aqui é que tiago diz que a igreja precisa fazer a distinção entre a Tentação e a provação, tal distinção é dificil no grego, pois, temos as mesma palavra “peirasmos”.
Vs - 12 - a provação visa nos aprovar, e nos levar a termos a coroa da vida: Deus é quem faz isso. A tradução pode ser “a vida como coroa” este é homem é bem-aventurado, pois, tem suportado as provações e estado em perserverança.
1 - depois, de provado - ouríves = trabalhando burilando para ter um metal belo e resistente
2 - Que ele prometeu a quem o ama -  somente aqueles que amam a Deus de fato hão de perserverar.
3 - Tiago rejeita a acusação de que a nossa tentação e nossa queda nela deva ser atribuída a Deus (vs.13)
4 - Tiago apresemta a figura de uma protestuta em relação a nossa cobiça:
1 - uma relação
2 - o nascimento do filho
3 - o assinato do pai parte do filho.
Somos responsáveis pelos nossos pecados (vs14-16)

5 - todo bem vem de Deus (vs17-18: Deus não muda, não oscilam)
1 - gerados fomos pela palavra da verdade:
2 - e somos suas primícias:

6 - saber usar as palavras: (vs.19-20):
6.1 - ouvir nos meio das dificulades
6.2 - reserve-se no silêncio e não abrigue a ira em seu coração, e com isso não podemos tomar algo sem amaçar a nossa profissão.

O HOMEM COMO IMGO DEI

A IMAGO DEI
 EM UM BRASIL SEM RESPEITO À DIGNIDADE HUMANA.
Rev. João Ricardo Ferreira de França.*
"Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança"
(Gênesis 1.26).

            Geralmente estaria aqui nesta página escrevendo algum artigo de natureza teológica, mas agora escrevo com o coração de pastor e mente de teólogo. Nestes últimos dias as lágrimas me vieram aos olhos, ao contemplar os nossos noticiários - mas uma desgraça se abate no coração do Rio de Janeiro - a maior tragédia existente neste nosso País que temos assistidos passivos. Quero fazer presente os meus sentimentos às vítimas e familiares daquelas crianças que estavam estudando e o futuro da nossa nação foi tragicamente assassinado.
            Mas, o que mais traz um sentimento de revolta ao meu coração é joguete político existente; temos verbas e recursos, mas sem projetos não podemos fazer nada - diz o governo federal! Que absurdo! O homem criado à imagem de Deus sendo tratado como menos que um animal - um verme, um lixo - a dignidade humana tratada como nada. O desrespeito pela vida é marcante.
            Depois que a desgraça se estabelece o governo vem diz "vamos fazer isso"! Ou vamos "providenciar aquilo". Parem! Não precisamos de promessas, precisamos de ações que visam olhar para o homem como a Imago Dei (imagem de Deus).
            Os nossos corações estão enlutados porque vidas são contatas como números. Não é diferente aqui em nossa cidade, as vidas dos jovens marginalizadas, o uso das drogas assuntando e maltratando as famílias, os centros médicos marcados pelo descaso do governo!
            A educação das nossas universidades sendo tratada com desprezo. E o conhecimento e cultura se distanciando dia-a-dia de nossos jovens; o homem na ignorância total é tratado como ser que não reflete. Como ser não pensante! E as igrejas, aprisionam os crentes e os fiéis com seus dogmas não autorizados pela palavra de Deus. Não tornam seus membros reflexivos; lançam culpa no demônio pela sua demência social, política e educacional.
            O homem de nosso tempo pós-moderno é valorizado pelo que tem, pelo que possui, pelas noções [equivocadas] epistemológicas que sustenta, para gerar, filtrar e repetir as mesmas sintomáticas de décadas atrás.
            Onde está a solução para o problema social de nosso tempo? Política? Mais educação? Mais emprego? Inclusão social? Todos estes são paliativos – não são a solução real – a verdadeira resposta – a única reposta está no resgate, na redenção do homem como imago Dei – no verdadeiro humanismo Cristão. A resposta que damos à pergunta: Que é o ser humano? Será o nosso pressuposto básico para aquilo que realizaremos de significativo para responder de forma efetiva essas crises sociais e existenciais pela qual passa o ser humano na pós-moderninade. Quando conseguirmos dignificar a pessoa humana ao seu lugar real certamente teremos mudanças radicais na nossa sociedade. O homem é, segundo João Calvino, “o vicário de Deus no governo do mundo”. Precisamos resgatar o ser humano autêntico. Biéler nos alerta:

O ser humano que conhecemos, o ser humano que analisamos, o ser humano da psicologia, o ser humano que a ciência examina, o ser humano da literatura e o ser humano do humanismo profano [pagão] não é, pois, o ser humano autêntico. Não passa de uma pálida aparência do ser humano verdadeiro, uma contrafração, uma caricatura.[1]

            Somente nesta concepção de que o homem deve ser valorizado como a Imago Dei é que a sociedade brasileira poderá encontrar a autêntica solução para o homem de nosso tempo – quando a verdadeira humanidade do homem for descoberta em Cristo Jesus, é  que poderemos ver a sociedade de nosso tempo ser transformada em socializadora dos bens e dos dons que Deus concede a nós por sua graça e amor.
           


* O autor deste artigo é ministro da Primeira Igreja Presbiteriana do Brasil em São Raimundo Nonato. Formado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (SPN) Recife-PE.
[1] BIÉLER, André. O Humanismo de Calvino. Tradutor: A. Sapseziam. São Paulo: Pendão Real – Caderno 11 de o Estandarte, 2009, p. 11.